Apesar de nem ser tão velho (45), posso dizer que vivi em outro planeta, e que cada dia mais me sinto como um alienígena em visita ao mundo atual.
Quando comecei a trabalhar, nos idos de 1989, eu sabia que a porta de saída da pobreza era o trabalho. Mas era uma porta estreita, e milhões estariam tentando passar por ela ao mesmo tempo, ou seja, passaria quem chegasse na frente. Chegar na frente significava ralar mais, produzir mais, entregar mais, resolver mais, enfim, se destacar na multidão. Naquela época, justificativas como "não tive tempo de fazer", ou "era muito trabalho para pouco tempo" eram recebidas com uma observação nesta linha: "para dizer que não deu tempo, têm milhões aí fora que diriam a mesma coisa, ou seja, se você não conseguiu fazer, é apenas mais um na multidão, e não vai passar por aquela porta".
Já na era do petismo criou-se a impressão de que as pessoas devem progredir na vida apenas por existirem, ou seja, a ascensão social através do trabalho seria um "direito", não uma conquista. Assim, o "não deu tempo" tornou-se a justificativa padrão do dia a dia, e qualquer observação no sentido de que esta postura faz com que a pessoa que não conseguiu cumprir sua tarefa seja apenas mais uma na multidão, o que vai impedi-la de alcançar o sucesso profissional, será respondida com um processo por assédio moral.
Ou seja, a era PT foi fundamental também para mediocrizar as relações profissionais.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
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