sexta-feira, 15 de junho de 2012
De Felipe Melo
Sobre o parecer do Ministério da Educação para as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos:
"O parecer homologado lembra com propriedade que “a educação vem sendo entendida como uma das mediações fundamentais tanto para o acesso ao legado histórico dos Direitos Humanos, quanto para a compreensão de que a cultura dos Direitos Humanos é um dos alicerces para a mudança social”. O que concede tamanha importância à educação em direitos humanos, e por que tanta ênfase no protagonismo do sistema público de ensino? A resposta encontra-se em Louis Althusser, um dos maiores discípulos de Gramsci. Althusser criou a teoria dos aparelhos ideológicos de Estado (AIEs), instituições sociais cuja função seria reproduzir a ideologia hegemônica da classe que detém o poder estatal. Dentre os AIEs, o mais importante, para Althusser, é o escolar: é nesse AIE que se devem concentrar inicialmente os esforços revolucionários, contaminando-o desde dentro de modo a solapar a ideologia dominante e, assim, conquistar o poder. E é exatamente isso o que a esquerda brasileira faz incessantemente há décadas.
O professor Olavo de Carvalho, em artigo recente, lembrou, com a agudeza que lhe é peculiar, sobre como a apropriação da linguagem corrente e a deturpação dos significados contribui enormemente para o nivelamento mental da sociedade brasileira. É por esse processo que passou o termo “direitos humanos”: seu significado essencial se transformou exatamente no que a casta intelectual e a nomenklatura querem que ele seja. Em nome de um conceito particularmente idílico, mas essencialmente perverso – assim como, por exemplo, “igualdade” e “democracia” –, uma verdadeira barbaridade está tomando corpo, como um câncer, devorando com afã voraz a mente e o coração da sociedade, abrindo um importante espaço para preenchê-lo com sua ideologia abjeta."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário