Que tempos loucos

Vivemos tempos loucos. Parece que perdemos a noção de valores (financeiros). Passei agora há pouco no site da Veja e uma das manchetes informava que a cantora Beyonce presenteou seu marido com um jato novo, de US$40 milhões. Assim, como se tivesse comprado um casaco novo.

No domingo a tarde passei por alguns canais de TV, apenas para concluir (como sempre) que não havia nada digno de ser assistido, e me dedicar a meus DVDs. Atualmente estou assistindo todas as temporadas da série Mad Men.

Mas durante este rápido passeio pelos canais, passei pelo programa da Ana Hickman na Record, e ela estava visitando a mansão de um cantor do qual nunca ouvi falar, nem consigo lembrar o nome. O tal cantor informou que tem apenas 9 anos de carreira, tendo gravado seu primeiro disco em 2003. No programa, nos pouquíssimos instantes que assisti, ele mostrou sua mansão, seu iate, seus jet skis, seu helicóptero, seu jatinho, e falou sobre sua coleção de carros importados, que inclui uma laborghini. O que é isso? Onde estamos? Há uma porção de cantores que fazem sucesso desde a década de 1960 e não possuem essas coisas. Talvez apenas Roberto Carlos, o rei, tenha conseguido construir um patrimônio assim.

A sociedade ocidental passa por uma completa inversão de valores. Pessoas que criam vacinas, que descobrem formas de produzir mais alimento em menos terra, entre outras coisas, não ganham o que artistas, cantores, modelos e esportistas faturam. Estes que pouco acrescentam à sociedade vivem como reis Midas. Este modelo de sociedade é sustentável?