Hipótese
1: alguém convida você para um longo fim de semana na costa amalfitana na
Itália. Executiva, hotel charmoso, longas caminhadas por ruas quietas e antigas,
sem pressa, vinho (não "bom vinho" porque isso é papo de pobre querendo parecer
rico, do tipo que os jovens chamam de "wannabe", gente que queria ser chique,
mas não é).
Hipótese
2: alguém te convida para um fim de semana longo na Praia Grande, você pega oito
horas de Imigrantes, trânsito infernal, o carro ferve, você fica na estrada
esperando o socorro da Ecovias. Chega lá, apartamento apertado, cheiro de
churrasco na laje por toda parte. Crianças dos outros gritando em seu
ouvido.
Onde
você acha que o amor verdadeiro nascerá? Se responder "hipótese 2", é mentiroso
ou não sabe nada acerca dos seres humanos, vive num aquário vendo televisão e se
olhando no espelho.
Antes
de alguém dizer obviedades entediantes como "preconceito" (agora quando alguém
fala para mim "preconceito", não levo mais essa pessoa a sério) ou "depende do
contexto em que a pessoa nasce", esclareço: é fácil migrar da Praia Grande para
a costa amalfitana, mas não o contrário. E quanto ao "preconceito": não se trata
de preconceito, trata-se do tipo de verdade que todo mundo sabe, mas é duro
reconhecer. Sim, o amor verdadeiro está à venda, e, enquanto você não entender
isso, você permanecerá um idiota moral.
O
reconhecimento desse fato torna você adulto, não torna você "melhor". E ser
adulto é saber que o mundo não é um lugar "bom". Começando por você e eu."
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