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sábado, 29 de setembro de 2012

Hebe Camargo

Hebe faleceu.

Há pessoas que são tão presentes nas nossas vidas, ao longo de tantos anos, que acreditamos que elas sempre estiveram ali, e sempre estarão. Assim era com Hebe.

Mas nada é para sempre.

Eu a assisti rotineiramente desde o final dos anos 70. Seu programa era alegre, descontraído, leve. Até o final dos anos 90 fui um telespectador fiel. Nos anos 2000 fui um telespectador eventual, afinal o programa não poderia passar incólume pela era da mediocridade que engoliu o Brasil no século XXI.

Sempre admirei em Hebe seu conservadorismo político. Mesmo sendo artista, nunca integrou a tal esquerda festiva, aquela que é comunista, mas com vista para o mar de Ipanema.

Hebe foi opositora ao governo Lula. Sempre que pôde, alfinetou o governo em seu programa.

Contudo, desde sua mudança para a Rede TV Hebe havia se convertido em admiradora de Dilma. Talvez por necessidade. Talvez pelo desespero da emissora em que trabalhava em conseguir anúncios. Hebe não precisava ter descido a este ponto. Tinha dinheiro de sobra para preservar sua dignidade. Mas sucumbiu, como tantos outros sucumbiram. O poder de atração dda verba pública é forte como um canto de sereia.

Enfim, uma bela história de vida, uma carreira brilhante num veículo que é um verdadeiro moedor de carne humana. O brilho um pouco diminuído no final por não saber reconhecer a hora de parar.

Sentirei saudades.

Um comentário:

  1. Outras que sempre estiveram tão presentes em nossas vidas é o Roberto Carlos e o Silvio Santos. Quando forem também sentirei falta, sentirei mais a do Roberto , porque o Silvio já me decepcionou.

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