Todo o sujeito que se dedica a fazer previsões catastróficas torce para que elas não se realizem. A menos que seja um louco. Como creio não pertencer a este último grupo, passei os últimos 13 anos fazendo previsões catastróficas e desejando que não se realizassem.
Eu preferia estar aqui comentando sobre uma vitória de Aécio e passando por idiota perante todos aqueles que não aguentavam mais me ouvir falar sobre a ameaça vermelha. Mas quis o destino que desta vez o catastrofista estivesse certo.
O resultado final da apuração foi apertado. Mais apertado até do que eu imaginei que seria. Numa eleição apertada, cumpre observar o seguinte - quem inventou o sistema eletrônico de votação (e não foram os petistas) tirou o poder de decisão das mãos do eleitor e o transferiu para quem aperta os botões do sistema oficial de apuração.
O resultado das urnas também revelou a existência de 3 brasis bem distintos:
- Um deles trabalha, tem esperança de um futuro melhor, luta contra a pobreza, paga imposto e contribui para o caixa do governo federal - este Brasil votou com Aécio;
- O segundo Brasil abandonou qualquer esperança de futuro, está satisfeito com as esmolas que recebe, vive afundado na ignorância profunda e se dedica a sugar recursos do caixa do governo federal - este Brasil votou com Dilma;
- O terceiro Brasil é representado pelo estado de Minas Gerais, justamente o estado que em 1964 evitou que o Brasil caísse nas mãos dos comunistas, parece agora comparecer para o acerto de contas com a história. Economicamente Minas integra o primeiro grupo citado acima. Mas vota com a cabeça do segundo grupo.
Creio que se a partir de hoje dividíssemos o país em três (conforme os critérios acima) e cada um fosse viver a sua vida, seriam todos mais felizes. Mas isso não vai acontecer. Seguiremos todos "brasileeeeiros, com muuuuito orguuuuulho, com muuuuito amoooor", seja lá o que isso signifique.
E o futuro?
Bem, o futuro representará a realização definitiva das tragédias aqui profetizadas:
- No futuro imediato, experimentaremos uma crise econômica sem precedentes. E sem porta de saída (exceto o aeroporto). E a crise levará o governo a tomar medidas cada vez mais insanas que só produzirão como efeito o aprofundamento da crise;
- No futuro mediato veremos a implementação das medidas de cerceamento das liberdades, incluindo a liberdade de imprensa. E uma relativização cada vez maior da propriedade privada. Tudo no padrão bolivariano. Passando pela Argentina, seguiremos no rumo da Venezuela;
- No futuro mais distante, 2018, seguirá havendo eleições (como na Venezuela), mas já num ambiente e conjunto de regras que não permitirá a vitória de quem não seja o candidato oficial. Neste domingo perdemos a última chance.
E este blogueiro encerra aqui as suas atividades. Cumpri meu papel de alertar. Não deu certo. Prosseguir a partir de agora significaria apenas nutrir tendências masoquistas de autoflagelação, o que para mim não faz sentido. Boa sorte a todos que acompanharam esses quase seis anos de atividade intensa. E que não nos encontremos numa das filas de ração do governo socialista.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
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