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domingo, 7 de fevereiro de 2016

Rigor e Misericórdia


Concluí hoje a leitura de Em Busca do Rigor e da Misericórdia, do Lobão. Seguem trechos:


Com a erupção dessas leis e medidas protetoras de “minorias”, a elevação do vulnerável como personagem e foco principal da vida pública e a vitimização elevada à condição de privilégio, vamos nos tornando uma sociedade onde o medíocre, o superficial e a vítima entronizada são o metro e a régua de nossa conduta. Ou seja, uma sociedade regida pela “menos valia”. Uma teraplanagem por baixo.

Nunca devemos nos esquecer de que o Ministério da Cultura é feudo do PCdoB, a parte que cabe a esse partido irrelevante, senhor de engenho também do outrora movimento estudantil nacional, no grande latifúndio de nossa República. O PCdoB e seus sócios têm por agenda o propósito – para o qual a música e o futebol são decisivos – de estatizar a vida brasileira.

PT, seu nome é mentira. Lula, Dilma: mentira. A mentira que esconde a roubalheira, que vende um governo de inclusão social, que protege uma administração que pedala, dissimula e camufla orçamentos, que atribui ao opositor tudo de falso quanto possa lhe atrair ódios, que estabeleceu as condições para que vivamos nessa patocracia, nessa fábrica de produzir cretinos fanáticos, crédulos no engodo enfiado goela abaixo.

Utopia é algo como insistir em tratar uma bicicleta ergométrica como meio de transporte.

E eu estava farto, estou farto de viver num país frouxo, injusto e ineficaz.

(sobre seu sobrinho genial que deixou o Brasil aos 18 anos) O evento no colégio do Puig explicava tudo, e, particularmente, representava o próprio motivo de ele deixar o Brasil. Caras assim enxergam na frente: o Brasil está perdido.

Com humor e ironia ele me relatava como seus colegas de cursinho exibiam um comportamento retardado, infantil, agravado por uma erotização primária: uma sala de aula de um curso preparatório ao vestibular que se poderia confundir com a sala de estar do Big Brother Brasil. Grau de leitura? Próximo ao zero, ao som do sertanejo universitário, num cenário em que até Darwin teria de rever sua teoria. Esqueçam o mais apto! Neste país, hoje, vence o mais medíocre, o mais cretino, o mais raso, o mais oco, o mais estreito.

Nosso país é, desafortunadamente, um acúmulo de reticências. Escrevo este epílogo em julho de 2015, olho, encaro o Brasil e só vejo sombras. Temos um governo morto, uma presidente desmoralizada, um partido ridicularizado por seus feitos caricaturais e autoritários, um ex-presidente em pleno exercício do descrédito, às portas da cadeia. E, no entanto, nesse cenário de desterro, por mais absurdo que seja, essa corja, através de mais falcatruas, pode ainda prevalecer sobre o povo brasileiro e permanecer no poder. Não há projeto para o país, mas apenas um plano de permanência, de perpetuação.

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