Uma funcionária veio reclamar do trabalho de outra, informando que a outra comete muitos erros de português, e que isto pode comprometer a imagem da nossa empresa perante os clientes.
Considerando que quem fez a reclamação não é nenhum Rui Barbosa, fiquei imaginando os atentados contra o idioma que estão sendo produzidos pela outra...que é universitária.
Injusto este país – erros de português podem comprometer a imagem da nossa empresa. Contudo, se fôssemos candidatos a presidente esses mesmos erros seriam vistos como um ativo eleitoral...
Mas não deixa de me causar espanto o véu de ignorância que desceu sobre nosso país.
Como já relatei aqui, estou lendo a biografia de Getúlio Vargas. Estou na parte em que ele era deputado estadual no Rio Grande do Sul, nas décadas de 1910 e 1920. O livro traz diversos trechos de debates entre Getúlio e oposicionistas, travados na Assembleia Legislativa.
Discordo das ideias de Getúlio, e estamos pagando por elas até hoje. Contudo, o nível dos debates, travados há 100 anos, era espantoso. São citados clássicos, teorias, autores de referência, etc. Isto numa assembleia de estado, não era nem no nível federal.
Imagino que nas assembleias atuais (e no próprio congresso) nem ocorram mais debates, afinal todos são pró-governo, não há mais o que debater. Contudo, se debates houvessem, travados entre deputados semianalfabetos, seria um festival de ignorância e de atentados ao idioma. Talvez poucos sejam os deputados atuais que tenham lido mais de um livro durante a vida.
Neste ritmo, vocês conseguem imaginar onde estaremos daqui a 100 anos?
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
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