O embuste consiste no seguinte: o capitalismo não é comparado ao socialismo. Se isso fosse feito, a comparação, por exemplo, deveria ser entre a Alemanha capitalista e a socialista, ou, ainda, entre a Coreia capitalista e a socialista. Os termos da comparação teriam parâmetros que serviriam de critério para qualquer avaliação.
A "comparação" é de outro tipo. Compara-se o capitalismo real, existente, com" a ideia do socialismo* forjada pelos que lhe atribuem todas as peifeições. Ou seja, atribuem-se ao so cialismo todas as perfeições e se passa, então, a verificar se elas "existem" no capitalismo. Isso é equivalente a comparar uma sociedade perfeita a uma imperfeita, ou a comparar o homem a Deus. É claro que o homem, com suas imperfeições, sairá sempre perdendo quando comparado a Deus. O mesmo destino teria a comparação entre uma sociedade perfeita (ideal) e uma imperfeita (real).
Mais curiosa ainda é a afirmação de alguns segundo os quais haveria plena compatibilidade entre socialismo e democracia, quando isso não se verificou historicamente em nenhum lugar. O socialismo no poder caracterizou-se pela tirania totalitária. O "pensamento" esquerdista, se é que se pode utilizar essa palavra, é totalmente capturado pelo dogma, esse repouso dos que se recusam a pensar. É o mundo das ideias descontroladas, que não podem ser verificadas empiricamente. Ora, só onde o capitalismo prosperou é que a democracia representativa foi consolidada e os cidadãos puderam usufruir a liberdade.
Há uma mentalidade religiosa, teológico-política, que guia a esquerda tupiniquim. Vive de "preconceitos" contra a economia de mercado e o direito de propriedade, postulando, como se fosse uma coisa teoricamente séria, a "utopia" ou o "socialismo" enquanto ideias "superiores" ao capitalismo. Na ausência de conceitos, contenta-se com diatribes contra o "neoliberalismo" e outras patranhas do mesmo tipo, como se fazer política residisse só em enganar o próximo, em abusar da inteligência alheia.
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
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