Na 4a feira da semana passada relatei alguns casos aqui sob o título de "Eu sou um banana". Banana é aquele sujeito que não tem amigos importantes, que não sabe dar jeitinho, e que tenta fazer tudo pelos caminhos normais e regulamentares. E parece que de certa forma os caminhos regulamentares são criados com o propósito específico de desgraçar ainda mais a vida dos bananas.
Uma das desventuras que narrei é que estou tentando alugar um conjunto comercial cujo valor mensal da locação é de R$350,00 (só isto), e o assunto estava parado há dias em análise na seguradora. Pois bem, hoje desisti. A seguradora não chegou a negar formalmente, mas fazem isto de outra forma - pedindo sempre mais documentos, até desistirmos. Me pediram hoje, por exemplo, extrato dos últimos 3 meses da minha conta corrente. E também o nome de quem seria meu sócio na empresa que vou montar neste endereço, seu cpf, comprovante de renda, de endereço, declaração de imposto de renda, etc. Também queriam saber que negócio eu vou montar lá, qual a minha experiência no ramo, capital necessário, prazo de retorno do investimento, etc., etc.
Eu disse: "pera aí, é uma estupidez tanto documento para um valor tão ínfimo. Além disso, o locatário sou eu, pessoa física. Não é nem o meu futuro sócio, nem a futura empresa O que tem que ser avaliado pela seguradora é o meu risco.", ao que a atendente respondeu: "são as regras da seguradora senhor". Bem, depois disso eu acabei explodindo e mandei ela colocar seu seguro em lugar que não posso contar aqui no blog.
R$350,00, felizmente, é uma fração ínfima do meu patrimônio e da minha renda. O risco para a seguradora, neste caso, seria praticamente zero (para não dizer zero). Mas por que o negócio não sai? E por que problemas no mesmo nível de estupidez acontecem na operadora de telefonio, no plano de saúde, no banco, no cartão de crédito?
Porque a linha de frente dessas grandes empresas é composta por uma moçada na faixa dos 20 anos, sem experiência (nem profissional, nem de vida), muitas vezes sem capacidade de raciocínio, sem interesse, sem vontade, preocupados exclusivamente em passar o dia todo mandando mensagens de celular para os amigos e reclamando da vida.
E como as grandes empresas não percebem que algo está errado? Simples, vivemos uma fase de falsa riqueza, de riqueza sem lastro, mas neste momento está sobrando cliente, todos estão ganhando dinheiro, etc. Mas uma fase de ajuste forte virá logo aí na frente, quem sabe depois da eleição de outubro de 2014. E aí todos terão que sair de órbita e voltar para a terra, colocar esta moçada na fila do desemprego (será importante para eles aprenderem que a vida não é só oba a oba) e voltar a respeitar clientes e correr atrás de negócios.
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
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