Enquanto a maioria dos americanos passava os últimos dias celebrando
pacificamente o feriado santo junto com suas famílias, centenas – se não –
milhares de pessoas que eu nunca havia visto na vida ameaçaram-me de agressões
físicas, atacaram os membros da minha família, enviaram ameaças de morte,
descreveram as várias doenças com que eles têm esperança que me aflijam, e me
atacaram por conta da minha religião judaica.
“Eu
realmente desprezo você, e estou enojado por você respirar o mesmo ar que eu
respiro”, veio no Facebook de uma tal de Karen Jordan.
Depois
de expressar seus votos desejando ver minha esposa e eu assassinados, Clayton
Fletcher disse, “a humanidade seria muito melhor sem estes dois gigantescos
desperdícios de carne e ossos humanos respirando o ar da terra.”
“Você
é uma pessoa diabólica e você faz parte daquilo que está errado neste país”,
escreveu-me Jeff Kernen de Eugene, no Oregon.
De
Portland, no Oregon, Lydia Andy Bendorf escreveu: “Espero que você pegue câncer,
Aids, 'gang grena', a praga, e sofra de uma lenta, miserável e solitária morte
(sic).”
Allen
Bates opinou: “Espero que você desenvolva uma psoríase no seu
(palavrão).”
O
blogueiro da Truth Milita escreveu: “(palavrão) seu velho (palavrão), cale a
boca e morra como um bom e gentil escravo! Esses judeus me deixam tão (palavrão)
doente.”
Pois
bem, como foi que desencadeei esta onda de ódio tão desvairada?
Simplesmente
publiquei um vídeo, no qual, em tom cômico desmascarei uma bandeira política
muito popular da esquerda – a exigência que companhias lucrativas como o Walmart
paguem salários mais altos.
Disfarçado
como um representante de um grupo nacional de defesa dos trabalhadores,
perguntei aos clientes do Walmart se eles aceitariam pagar um aumento de 15%
caso esta sobretaxa fosse transferida diretamente para o pagamento de um salário
de US$ 15 /hora para todos os empregados do Walmart. Embora o meu apelo por
salários maiores tenha recebido apoio amplo, sem nenhuma surpresa, quase ninguém
estava disposto a pagar pelo aumento ali mesmo. (N.T.: este vídeo está
disponível aqui - http://www.youtube.com/watch?v=LLr5oWfoWRY)
Embora
este seja precisamente o requisito indispensável para que um empregado possa
ganhar mais.
Apesar
do seu tamanho e da sua onipresença no território americano, a margem bruta do
Walmart é sabidamente pequena (em torno de 3%). Esta cifra corresponde a um
retorno sobre o investimento do acionista num período de 13 anos (fatorando o
aumento do preço da ação e os dividendos ao longo daquele período de tempo).
Este lucro modesto dificilmente poderia ser qualificado como um lucro fenomenal.
Mesmo assim, ao ver uma família de bilionários o sangue da esquerda ferve. A
verdade é que o Walmart cresceu ao ponto de se tornar a maior empresa do ramo
varejeiro no mundo, não por que seus donos lucram muito, mas porque seus
clientes pagam muito pouco. Parte dessa fórmula requer a manutenção dos custos
num patamar baixo. Fora o preço dos produtos, o custo da folha salarial é a
maior despesa da empresa.
Contudo,
isso não significa que o Walmart pague salários de escravos. O fato é que o
Walmart recebe 50 candidatos por cada oferta de emprego. Na média, o salário
pago pelo Walmart aos seus trabalhadores é de US$ 10.10 /hora. Um aumento para
US$ 15 /hora iria provocar um aumento de 50% na folha de pagamento anual que
orça em US$ 26 bilhões, ou seja, US$ 13 bilhões de acréscimo em um ano. Isto é
aproximadamente 80% de todo o lucro operacional da companhia, que é US$ 16
bilhões. Financiar tais aumentos sacando dos lucros seria devastador para as
finanças da companhia e colocaria ela numa situação de desvantagem
competitiva.
Meu
experimento mostrou a auto-aniquilação que o Walmart sofreria se a exigência dos
seus trabalhadores fosse colocada à frente da necessidade dos seus clientes e
dos seus acionistas. A despeito dos esquerdistas clamarem pelo monopólio da
justiça e da generosidade, a reação deles ao meu experimento que parte de um
raciocínio muito básico revela que eles tão somente querem dar ao próximo aquilo
que eles puderem roubar dos outros.
Forçados
a questionar os fundamentos sobre os quais a sua própria visão de mundo está
construída, esses ideólogos, ao contrário, partiram para o ataque, declarando
abertamente o seu desejo de eliminar as pessoas e as ideias contrárias às
presunções que eles abraçam com tanta força.
Com
efeito, eles manifestaram cada uma daquelas características más que os
esquerdistas atribuem aos conservadores do Tea Party. Eles afirmam não terem
gostado do meu vídeo, mesmo assim não acham nem um pouco repugnante a sua
própria conduta. (Verifique o que as pessoas estão escrevendo em meu mural no
Facebook caso não esteja acreditando https://www.facebook.com/PeterSchiff; faz
muito tempo que me envolvo em polêmicas, mesmo assim nunca havia me deparado com
nada similar.)
Tenha
em mente que os comentários provêm de pessoas que poderiam ser seus vizinhos.
Eles são professores “educando nossas crianças” e cidadãos que votam nas
eleições. Isto faz nascer a conjectura se a batalha pela mentalidade de nossa
nação já não foi perdida, e se o seu destino já não está selado de
vez.
No
que toca ao aspecto econômico, existem muitas razões pelas quais é uma má ideia
forçar companhias como o Walmart a pagar salários acima do mercado para
trabalhos sem qualificação e que servem de porta de entrada no mundo de
trabalho. Uma delas é que uma alteração como a proposta tornaria ainda mais
difícil aos trabalhadores sem experiência conseguir o seu primeiro emprego
através do qual poderão adquirir a experiência e as habilidades necessárias para
ganhar maiores salários no futuro. Além disso, destruiria o conceito de
propriedade privada e de mercado livre. Contudo, só posso desejar boa sorte na
tentativa de mostrar essas nuances mais delicadas a pessoas que preferem ater-se
à ideologia preponderando sobre tudo o mais.
www.schiffradio.com
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
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