A dolorosa verdade que choca as “almas sensíveis” da era moderna. Em busca da “autoestima”, repete-se uma falácia por aí, o tempo todo: a de que todos são especiais, ou tão bons quanto os demais. Eu não sou tão bom em futebol como o Neymar, não tenho a mesma cultura do João Pereira Coutinho (adoraria), ou o mesmo conhecimento filosófico do Pondé, não escrevo bem como meu vizinho Reinaldo Azevedo, não tenho a mesma habilidade musical do Arnaldo Cohen, enfim, tenho minhas várias limitações.
O que tento ser é o melhor daquilo que posso, e para tanto é necessário esforço contínuo, sacrifícios pessoais. Não é vendo futebol, novela e BBB o dia todo, ou dando “rolezinho” com a turma no shopping, que chegarei lá, disso estou certo. O hábito faz a virtude, como sabia Aristóteles. Escolhas precisam ser feitas.
E justamente porque há a alternativa, o livre-arbítrio, a escolha, é que podemos julgar. Fôssemos todos pré-programados, determinados pela genética, eu concordo que não faria tanto sentido julgar o mérito, analisar a superioridade ou inferioridade (ainda que isso possa ocorrer mesmo sem nosso mérito em alguns casos, na loteria da vida).
É porque existe a opção disponível para cada um de nós, de ser alguém melhor, de fazer mais, de agir de maneira correta e decente, de beber da cultura existente, que falamos em superioridade. A civilização depende da constatação desse fato. A alternativa é escolhermos a barbárie, em nome da igualdade total vendida pelos mentirosos ou covardes.
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