Até os anos 60 a esquerda era uma minoria insatisfeita em luta contra o
establishment acomodado. Tinha, por isso, alguma mobilidade intelectual,
seguia o debate cultural mais amplo e, no mínimo para se posicionar contra, lia
atentamente os livros de seus adversários locais e internacionais.
À
medida que foi se concentrando na luta e depois no exercício do poder, fechou-se
em si própria, numa busca obsessiva de autoconfirmação e na reiteração de
chavões necessários ao adestramento da militância animalizada, e simplesmente
perdeu o pé no mundo da alta cultura. Já não entende o que se fala fora dos seus
círculos internos, e, não entendendo, reage com a impulsividade cega e louca de
quem nada tem a dizer, só a maldizer. O melhor que tem a objetar ao autor de
alguma idéia que lhe desagrada é ensejar que vá preso ou morra.
Não
tenho dúvida de que, mais cedo ou mais tarde, passarão do desejo à ação, como
sempre fizeram em todos os países que governaram e fazem ainda naqueles em que
mandam.
Georges
Bernanos já dizia que nada no mundo se compara à cólera dos imbecis.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
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