sexta-feira, 25 de maio de 2012
De Orlando Braga
"A julgar pelos fatos, ser de esquerda é resultado de uma doença mental que se caracteriza por um defasamento em relação à realidade, e mesmo uma recusa da realidade. O indivíduo de esquerda recusa a realidade — a “Grande Recusa”, da Utopia Negativa de Marcuse e Adorno.
A esquerda, depois do desastre da queda do muro, começou por adotar a Teoria Crítica de Marcuse e Adorno. A Teoria Crítica consiste em criticar — critica tudo e todos —, mas não sugere soluções para os problemas. E depois da ação política demolidora e picareta da Teoria Crítica, a Esquerda passou à adoção dos princípios da Grande Recusa, segundo a Utopia Negativa.
A “grande recusa”, segundo Marcuse, significa a não-aceitação (neognosticismo) da realidade inerente à mais fundamental condição humana. O gnóstico atual recusa a condição fundamental da realidade humana e pretende escapar dela, e nesse movimento de escape em relação à realidade fundamental da condição humana, o gnóstico actual assume a irracionalidade e o absurdo como base de acção política ["delírio interpretativo", segundo o conceito de Paul Sérieux].
O gnóstico atual não consegue distinguir a injustiça, que pode ser corrigida, por um lado, e por outro lado, a condição fundamental da realidade humana, que o gnóstico atual também considera injusta, mas que não pode ser mudada sem que o indivíduo e a sociedade sofram a espécie de horrores perpetrados pela mente revolucionária durante o século XX (nazismo, comunismo, eugenismo, totalitarismos em geral)."
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