Incompatibilidade entre jornalismo e verdade

Nos filmes vemos as testemunhas fazendo o juramento: "jura dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?". "Eu juro."

Pois bem, parece que nas solenidades de graduação de jornalistas acontece algo parecido, algo como "jura dizer a mentira, somente a mentira, nada mais que a mentira?". "Eu juro."

Sim, porque se o leitor quiser um lugar onde com certeza não encontrará a verdade, este lugar é a imprensa. A mentira estará por todos os lugares, no noticiário político, econômico, esportivo, de celebridades, etc. Parece de fato haver uma incompatibilidade entre jornalismo e verdade.

"Times do exterior estão interessados por fulano", por exemplo, via de regra é uma mentira plantada pelo empresário do fulano para valoriza-lo na renegociação do contrato.

"Fulano e fulana estariam mantendo um relacionamento secreto" é a mentira plantada pelo empresário do fulano para coloca-lo em evidência na mídia bem na semana que está negociando o cachê para o fulano aparecer num comercial.

"Alckmin pretende privatizar a Petrobrás" é uma típica mentira plantada por jornalistas petistas. A Petrobrás deveria ser privatizada, mas Alckmin é banana demais para tomar esta atitude.

"Blatter renunciou à presidência da Fifa" mentiu a imprensa mundial. Como assim, quem é o presidente da Fifa hoje? É Blatter. E amanhã? Blatter, Depois de amanhã? Blatter. Então quem renunciou?

A principal manchete do ultra comunista UOL neste momento é a seguinte:

"Governo espera poupar R$50 bilhões com novo cálculo da aposentadoria."

Mentira. O novo cálculo vai custar muito mais caro para a previdência do que o atual fator previdenciário. Então, se o UOL tivesse coragem de noticiar a verdade (jamais terá, é a tal incompatibilidade) a notícia seria: Novo cálculo vai custar centenas de bilhões a mais para a previdência, e não há de onde tirar este dinheiro. Logo aqueles que pretendiam se aposentar daqui uns 20 anos podem ir dando adeus ao seu sonho, não haverá mais grana.