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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Do Augusto Nunes

"Sempre que a curva descendente desenhada pela produção industrial brasileira é prolongada por outro índice negativo, a presidente Dilma Rousseff encontra mais um culpado pela procissão de algarismos inquietantes. A lista de vilões, inaugurada pela descoberta de que a marolinha era tsunami, inclui a quebradeira na zona do euro, a chuva de dólares produzida por governantes europeus sem juízo, a voracidade onipresente da China, a insensibilidade dos alemães, as manias protecionistas de Barack Obama, a teimosia dos gringos em ignorar as lições do mestre Lula e, claro, a herança maldita deixada por FHC.

Na multidão de culpados, só não há lugar para a própria Dilma e seus ministros. Durante a recente reunião com 28 representantes do empresariado, a anfitriã colocou até os convidados no balaio dos que só criam problemas que só o governo resolve. Depois de acusá-los de investir pouco, Dilma aconselhou-os a investir mais. Quem sugere a um homem de negócios que faça negócios é capaz de, quando estiver chegando 2014, convocar ao Planalto a seleção brasileira de futebol para lembrar aos zagueiros que é preciso marcar os atacantes adversários e, aos atacantes, que é preciso livrar-se dos zagueiros inimigos."

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