sexta-feira, 20 de abril de 2012
Do Reinaldo Azevedo
"Fiquem atentos! Lobos estão vestindo pele de cordeiro para tentar dar um golpe nas instituições. Este é o primeiro texto de uma série, em que pretendo debater algumas questões que dizem respeito à imprensa e à sua missão. O mal não seduziria ninguém se exibisse a sua cara horrível. Se a imagem a muitos pareceu demasiado religiosa, então recorro a outra mais ao gosto laico, de apelo histórico. Os dois grandes totalitarismos do século passado, o comunismo e os vários fascismos, só se impuseram porque foram bem-sucedidos na trapaça, no engodo, da manipulação dos sentimentos de justiça de amplas camadas da população, que não percebiam que estavam tendo solapados seus direitos, suas liberdades, seus anseios.
Não por acaso, a primeira providência tomada pelos tiranos dos dois modelos, uma vez no poder, foi censurar a imprensa, acusá-la de manipulação, de estar a serviço ou dos “inimigos do estado” ou dos “inimigos do partido”. Já publiquei aqui um post com o discurso de Goebbels no primeiro grande comício nazista, realizado no dia 10 de fevereiro de 1933, depois de Hitler ter-se tornado chanceler da Alemanha. Seu principal alvo era a “imprensa dos judeus insolentes”. O resto da história é conhecida.
Criminosos das mais variadas estirpes, das quadrilhas as mais diversas, muitas vezes inimigas entre si porque suas fontes financiadoras também são adversárias, se unem hoje numa espécie de conjuração contra a imprensa livre — ou o que se chamava antigamente “grande imprensa”. Financiadas ora pelo poder público, ora por estatais, ora por gângsteres, alimentam o sonho vão de destruir a reputação do jornalismo independente para que possam, então, como direi?, “dividir Chicago” em zonas de influência. Mas não vão! Porque haverá sempre, sim, a grande imprensa no meio do caminho, para obstar a ambição de chicaneiros, de bucaneiros, de mafiosos. Vamos lá."
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