sexta-feira, 20 de abril de 2012
Do Reinaldo Azevedo
"Censurei ontem o ministro Ayres Britto por causa do conceito do “Terceiro Olho” — seja lá o que esse troço signifique — e da apologia que fez, num juiz, do “casamento por amor entre o pensamento e o sentimento”.
Nada disso! Sentimentos, ministro, são sempre tiranos. Eles nos assaltam, no mais das vezes, sem que a gente peça ou possa controlar. Por isso devem ficar guardados quando se está numa corte, decidindo o destino de terceiros. Só há lugar ali para o pensamento, que é de onde deriva o arcabouço jurídico do país. Os ditadores, saibam, costumam ser muito sentimentais. Stálin, conta-nos Simon Sebag Montefiore no livro “Stálin, A Corte do Czar Vermelho”, costumava pegar no colo os filhos daqueles que ele iria matar dali a pouco…
A razão, o pensamento — orientado pelos valores democráticos consolidados na Constituição — é o único caminho que garante a segurança jurídica. O resto abre a janela para a feitiçaria judicial."
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