Oscar
Niemeyer era quase uma unanimidade. A reação à sua morte comprova isso. Mas será
que tanta reverência se deve somente às suas qualidades artísticas? Muitos
consideram que Niemeyer foi um gênio. Não sou da área, não me cabe julgar. Ainda
assim, não creio que tanta idolatria seja fruto apenas de suas curvas.
Tenho
dificuldade de entender por que o responsável pelo caríssimo projeto da
construção de Brasília, o oásis dos políticos corruptos afastados do escrutínio
popular, mereceria um prêmio em vez de um castigo. Por acaso as pirâmides do
Faraó eram boas para o povo? Mas divago.
Eis
a questão: por que Niemeyer foi praticamente canonizado? Minha tese é que ele
representava o ícone perfeito da CHEC (Comunistas Hipócritas da Esquerda
Caviar). No Brasil, você pode ser podre de rico, viver no maior conforto de
frente para o mar, mamar nas tetas do governo, desde que adote a retórica
socialista.
Falar
em “justiça social” enquanto enche o bolso de dinheiro público, isso merece
aplausos por aqui. Já o empresário que defende o capitalismo, produz bens
demandados pelo povo e não depende do governo é visto como o vilão. Os discursos
sensacionalistas valem mais do que as ações concretas. Imagem é tudo!
As
curvas traçadas pelo “poeta do concreto”, que considerava o dinheiro algo
“sórdido”, custavam caro. Quase sempre eram pagas pelos nossos impostos. Foram
dezenas de milhões de reais só do governo federal. Muito adequado o velório ter
sido no Palácio do Planalto, o maior cliente do arquiteto. Licitação e
concorrência? Isso é coisa de liberal chato.
Niemeyer
virou um ícone contra o excesso de razão nas construções, mas acabou com extrema
escassez de razão em suas ideias políticas. Sempre esteve do lado errado,
alimentado por um antiamericanismo patológico. Defendeu os terroristas das Farc,
os invasores do MST e o execrável regime comunista, mesmo depois de cem milhões
de vidas inocentes sacrificadas no altar dessa ideologia.
Ele
admirava os tiranos assassinos Fidel Castro e Stalin, e chegou a justificar seus
fuzilamentos. Até o fim de sua longa vida, usou sua fama para disseminar essa
utopia perversa, envenenando a cabeça de jovens enquanto desfrutava do conforto
capitalista.
No
meu Aurélio, há uma palavra boa para definir pessoas assim, que curiosamente vem
antes de “craque” e depois de “crânio”. Talvez Niemeyer fosse as três coisas ao
mesmo tempo.
Roberto
Campos certa vez disse: “No meu dicionário, ‘socialista’ é o cara que alardeia
intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e
prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros.” Bingo!
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