A história da civilização foi escrita sobre elogios e críticas. Foi através de críticas que gerações e gerações puderam corrigir rumos e se aprimorar. Isto durou até ... o pensamento esquerdista conseguir tomar conta da cultura, da imprensa e das instituições. A partir daí crítica passou a ser chamada de "preconceito". A crítica só é válida quando em linha com o pensamento esquerdista. Por exemplo, criticar político tucano pode.
Presos por esta camisa de força esquerdista, e sem querermos ser percebidos como "preonceituosos", nos calamos e vamos apenas contemplando situações, costumes, comportamentos dos quais discordamos, sem podermos abrir a boca para dizer nada que não seja elogio ou concordância.
E porque uma sociedade sem crítica interessa ao esquerdismo? Porque uma sociedade sem crítica tende a engatar marcha ré no processo civilizatório, ou seja, passa a percorrer o caminho de volta para a barbárie, e os regimes de esquerda são exatamente isto: barbárie, zoológico de gente.
Mas vou aqui exercer o meu "preconceito" contra a nova classe C.
Hoje em dia tudo é para a classe C: a imprensa é para a classe C, as escolas/universidades são para a classe C, a maioria dos produtos culturais são para a classe C, a propaganda é para a classe C, a política é para a classe C, etc. Compreendo, parece que pelas estatísticas a classe C é a maior, logo é muito mais fácil esta gente toda mirar onde está o maior número de alvos. É como a imprensa esportiva, que vive de puxar o saco do Corinthians (a maior torcida).
E nós temos que achar lindo tudo o que a classe C faz. Ai de quem discordar, será imediatamente qualificado de "preconceituoso".
Considerando-se que o C está no meio entre o A e o F e o meio, o mediano, é sempre medíocre, nos transformamos nisto, numa sociedade de medíocres. Tudo é feito para o mediano.
Houve um tempo em que, entre os mais pobres, havia respeito pelo conhecimento, e vontade de subir na vida não só para viver melhor, mas também para saber mais. Ou os leitores não lembram disso? Era um tempo, por exemplo, em que passar num vestibular exigia muito estudo e sacrifício, mas a aprovação era saudada por todo o meio familiar como uma grande conquista. Todos reconheciam o valor do esforço.
E hoje?
Hoje, no país classe C, o sujeito que consegue comprar uma TV em 24 prestações nas Casas Bahia ou um Gol em 60 prestações na concessionária está convencido de que atingiu o ápice da existência humana. Não há mais nada a melhorar, progredir, aperfeiçoar. E toda a programação televisiva, por exemplo, confirma isto, caso o sujeito ainda tivésse alguma dúvida - ele é "o cara".
E a partir daí basta o sujeito ir levando sua vidinha (melhorar o que?), desfilando pelas ruas com sua camiseta, sua bermuda, seu chinelo, seu pé sujo ("preconceituoso!", gritarão) e seu peito estufado, todo orgulhoso da sua ignorância. Como, aliás, se comportava um certo presidente.
E uma sociedade assim é uma sociedade sem perspectiva de futuro. Pelo menos sem perspectiva de um futuro melhor.
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
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