Já voltei de viagem, e estou tentando reencontrar o meu ritmo. Estou no escritório, colocando em dia uma parte do trabalho atrasado.
Fui almoçar no único restaurante que encontrei aberto no centro, uma churrascaria. Estavam lá almoçando uns 20 ou 30 cadetes da academia de oficiais da Polícia Militar.
Todos bem jovens, atléticos, cheios de saúde, de vida e de energia, e com alguma inteligência, tendo em vista que o processo de seleção para a academia possui algum rigor.
Quanto desperdício.
Não temos mais polícia nas ruas. Vez por outra aparecem alguns soldados e cabos ao lado de viaturas novas, que foram recém adquiridas (com super faturamento) pelo governador, e precisam ser mostradas ao distinto público. Dura umas duas ou três semanas, e logo os policiais voltam a desaparecer das ruas.
Mas, se em raras ocasiões vemos algum soldado ou cabo nas ruas, NUNCA vemos um oficial. Imagino que os oficiais passam os dias nos quatéis, interagindo com amigos no Facebook e se queixando da vida.
A contratação de oficiais para a polícia é inútil. Quanto mais cresce o quadro das polícias, mais cresce a criminalidade (e menos policiais são vistos nas ruas). As políticas de segurança são uma piada macabra, e creio que a criminalidade só não é maior (ainda) do que já temos porque nem todos os bandidos perceberam que liberou geral.
Esse jovens cadetes se formarão oficiais daqui alguns anos, e não farão mais nada de útil pela resto de suas vidas. Passarão a vida nos quartéis, ociosos, engordando, e reclamando do soldo. É um desperdício de vida, um desperdício de energia, um desperdício de força de trabalho ao qual outras nações não se dão ao luxo.
O mesmo vale para todos os concursos públicos, funcionam como verdadeiros aspiradores de vida, sugando energia vital do mercado de trabalho e jogando na ociosidade (bem remunerada).
Ousaria dizer que os jovens brasileiros em idade de trabalho se dividem em três grupos:
- Os que já passaram em concurso público;
- Os que ainda não passaram, mas que continuam tentando;
- Os que gostariam de passar, mas são preguiçosos demais para estudar.
E por que tantos, senão todos, desejam ser funcionários públicos? Por um desejo incontrolável de servir ao público?
Não! Querem ser funcionários públicos porque desejam:
- Trabalhar pouco;
- Ganhar bem;
- Ter estabilidade.
Que país pode sobreviver a isto? Se sobrevivermos a longo prazo seremos caso único.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
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