As forças que ameaçam o mercado são muitas. Quem se atreve a pará-las? Os defensores do livre mercado parecem estar sobrepujados, embora a causa possa ser eloquentemente defendida. Os leitores tirariam bom proveito se vissem o clássico vídeo “If I Wanted America to Fail” [NT.: Se eu quisesse que a América fracassasse] do site freemarketamerica.com (2). O vídeo faz um resumo das políticas invertidas que prejudicam o bom funcionamento do nosso sistema de mercado. E como a América depende da liberdade para prosperar, a limitação gradual da liberdade econômica sugere um perigo ainda pior, isto é, o fim da liberdade política. “Seu país está em perigo”, disse o autor e pesquisador neozelandês Trevor Loudon em uma conferência recente para o America’s Survival (3). “Pequenos grupos marxistas estão (atualmente) comandando seu país”, explicou. Os sindicatos foram tomados por marxistas ortodoxos nos anos 1990 e isso afetou a trajetória de um dos dois grandes partidos, de modo que isso acabou por direcionar o país para um caminho mais marxista. Dia após dia, momento após momento, os freios e contrapesos dos Pais Fundadores estão sendo quebrados. Um sistema socialista altamente centralizado está envolvendo o velho sistema de livre mercado. A bancarrota nacional parece ser parte integrante do plano deles.
“O marxismo é uma religião”, escreveu o economista Joseph Schumpeter na obra Capitalism Socialism and Democracy. “Para o fiel, ele se apresenta primeiro como um sistema de fins derradeiros que incorporam o sentido da vida e servem como padrão absoluto para julgar eventos e ações; depois, ele se apresenta como um guia para aqueles cujos fins implicam um plano de salvação e indicação do mal do qual a humanidade [...] será salva”. Para o marxista, esse mal é a liberdade econômica; a liberdade de comprar e vender, de traçar seu próprio curso na economia. O malfeitor na ideologia marxista é o homem rico, pois ele não é tido como benfeitor da civilização, mas sim como um malfeitor cuja grande riqueza deve ser suprimida.
As grandes batalhas políticas do nosso tempo podem ser vistas como disputas entre socialismo e capitalismo, com este último sendo incapaz de lutar consistentemente em seu próprio favor. “Em princípio, não há oposição ao socialismo”, escreveu Mises há mais de 80 anos. E assim parece ser até hoje, pois o regime de regulamentações e controle econômico parece amontoar novas leis e novas taxas a cada década, conforme emergem novas políticas e novos cenários. Para se ter ideia, para qualquer medida anticapitalista revogada sob Reagan ou Tatcher, três vieram em seu lugar. “A palavra ‘capitalismo’ expressa, na nossa era, a soma de todos os males”, escreveu Mises. “Mesmo os oponentes do socialismo são dominados por ideias socialistas”.
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