O mundo corporativo vive de modismos que garantem a fortuna de consultores e de diversos tipos de charlatães. Um desses modismos é que as empresas precisam contratar profissionais "who can think out of the box", ou seja, que saibam pensar fora da caixa. Em bom português, que sejam criativos.
Mas existe aqui uma incompatibilidade de princípio, pois em nenhum outro lugar se pensa tanto "inside the box" (dentro da caixa) quanto nas empresas. As empresas são cegas para o mundo, para a realidade, para as ameaças, e conseguem enxergar apenas o resultado do trimestre ou, no máximo, o resultado daquele ano. Não importa que aí fora esteja em construção o socialismo, que em algum momento vai exterminar o ambiente no qual as empresas conseguem existir e viver. Não importa que as empresa sejam muitas vezes financiadoras e/ou incentivadoras deste processo. Vale tudo deste que consigam uma redução de impostos, um contrato com o governo, uma linha do BNDES, enfim, qualquer coisa que salve o resultado deste ano.
Neste ambiente, alguém que consiga "pensar fora da caixa" não passará nem do portão da empresa. As empresas não querem ver o que está lá fora, estão confortáveis dentro das suas caixas.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
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