Numa democracia é através da imprensa que as pessoas deveriam se informar para serem mais esclarecidas, para votarem melhor, para cobrarem mais dos políticos, etc. Em nosso país, contudo, ocorre o contrário - se o cidadão deseja ser um jumento, bastará ler um jornal que terá seu desejo atendido. Cito dois casos recentes aqui da imprensa local da minha cidade.
- Dias atrás a principal manchete de um jornal local era: "Governador reúne secretariado e conclui pelo sucesso da gestão até aqui". Onde está a notícia? Onde está o fato a justificar manchete? Caberia manchete se o governador tivesse concluído que sua gestão até aqui é um fracasso (como de fato é), isto sim seria uma notícia. Já político se auto-elogiando e anunciando o sucesso do seu próprio trabalho (que, via de regra, só ele vê) não deveria nem ser nota de rodapé;
- Num dos jornais de hoje a manchete é a seguinte: "Secretário admite que a saúde pública estava à beira do caos". No caso, é um secretário municipal, que assumiu em janeiro deste ano, e que está jogando o problema para a gestão do seu antecessor, que era de oposição. Isto é o que todo o político, à exceção de Dilma, faz, ou seja, assume, não tem competência para resolver os problemas, e joga a culpa no antecessor ("herança maldita"). Qual a notícia? Qual o fato a justificar manchete? Pior, o "admite" no meio da frase dá a entender que o secretário relutou muito em fazer esta revelação, mas acabou não tendo outra saída...
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário