A elevação dos líderes estudantis às posições de poder leva aproximadamente trinta anos. Quem domina as universidades hoje dominará o país em trinta anos.
O tempo necessário para a formação de um movimento político viável é, pois, de quarenta anos aproximadamente. O acerto desse cálculo é ilustrado por exemplos inumeráveis. Data dos anos 60 o início da conquista das universidades da Europa, dos EUA e da América Latina pela "nova esquerda" inspirada na Escola de Frankfurt e naquilo que seus críticos viriam a rotular, sem muita precisão, de "marxismo cultural".
Decorridas quatro décadas, a ideologia do "politicamente correto", do feminismo, do gayzismo, do abortismo, do racialismo e do ódio anti-ocidental e anticristão dominava, e domina até hoje, a política, a mídia e o mercado editorial em toda essa área – um terço da superfície terrestre.
Hoje em dia, uma nova versão do movimento revolucionário – o radicalismo islâmico – está fazendo um sério, bem organizado e bem financiado esforço para conquistar as universidades da Europa e dos Estados Unidos. Se esse esforço for bem sucedido, será impossível evitar a islamização forçada do Ocidente no prazo de uma ou duas gerações.
Você pode provar mil vezes que tem a ideia certa, mas, se o sujeito que tem a ideia errada é o dono das universidades, da mídia e do movimento editorial, o que vai continuar prevalecendo é a ideia errada. Basta ler revistas como New Criterion ou a Salisbury Review para notar que, em comparação com a "esquerda", os conservadores têm hoje uma superioridade intelectual monstruosa. Nem por isso eles mandam no que quer que seja.
Em política, a superioridade intelectual tem apenas um valor instrumental muito relativo. Se você não sabe usá-la para quebrar a autoridade do adversário, para tomar o cargo dele e colocar lá alguém da sua confiança, ela não serve para absolutamente nada.
O movimento revolucionário já entendeu há tempos que "ocupar espaços" não é vencer debates letrados. Concentrando-se na "luta de ideias", recusando-se nobremente a praticar a ocupação de espaços, a infiltração nos postos decisivos e o boicote aos adversários, os conservadores deixam a estes o exercício do poder e se contentam com a satisfação subjetiva de sentir que são mais inteligentes e moralmente melhores.
O senso de solidariedade mafiosa, então, escapa-lhes por completo. Dificilmente um conservador ou liberal chega a reitor, a ministro ou mesmo a diretor de departamento, sem imediatamente rodear-se de auxiliares esquerdistas, só para provar a si próprio (e para grande satisfação do adversário) que seu respeito pelas pessoas está "acima de divergências ideológicas".
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
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