A Veja desta semana traz uma reportagem sobre o Facebook (eu não tenho...). Lá uma mãe declara que só conversa com seus filhos pelo Facebook, mesmo quando todos estão em casa. É realmente um mundo novo. Na minha época, por exemplo, minha mãe gritava “almoço!!!”, e eu tinha alguns segundos para aparecer, com as mãos lavadas. Pelo que entendi da família moderna, a mãe agora manda uma mensagem de “almoço” pelo Facebook.
Também não consigo esquecer o caso do dançarino Carlinhos de Jesus que ao receber a notícia do assassinato do seu filho entrou no Twitter para informar seus seguidores como estava se sentindo. Eu que sou mais antiquado nem lembraria da existência do Twitter se recebesse a notícia de uma tragédia desta magnitude.
Mas também na Veja desta semana a coluna da última página da revista possui o título de “Homo conectus”. Significa o seguinte – cada vez mais perdemos o interesse pelo que acontece ao nosso redor e ficamos focados nas mensagens dos aparelhinhos. Por exemplo, se alguém passar e nos disser “oi” podemos nem perceber. Mas se a pessoa enviar uma mensagem de celular com conteúdo “oi”, aí sim, vamos ver e responder.
Fico espantado quando vou aos restaurantes nos domingos e vejo as famílias almoçando. Cada um com seus aparelhinhos, olhando e teclando o tempo quase todo. Mas é que sou antiquado, e me espanto com isto.
Esta nova realidade da vida deverá provocar algum efeito em quem trabalha por hora como, por exemplo, consultores (como eu). Antigamente (há uns dois ou três anos atrás...) quando consultores estavam numa reunião cobrando horas de um cliente, pelo menos naquele momento estavam envolvidos no assunto do cliente. Atualmente o cliente apenas paga pelas horas, pois seus consultores estarão o tempo todo com os olhos (e dedos) vidrados nos seus aparelhinhos. Se o cliente que está pagando a conta da reunião quiser ter a atenção dos seus consultores ali reunidos, terá que mandar um e mail...
Estou em São Paulo, numa reunião em que participam 5 consultores e 2 representantes do cliente. Os representantes do cliente falam, mas os olhos (e dedos) dos consultores estão todos nos seus aparelhinhos, inclusive os meus, que estou aqui escrevendo este texto...
Ao final, para sabermos o que foi tratado na reunião, teremos que receber um e mail do cliente, e mail este que será lido amanhã, quando estivermos em reunião com outro cliente...
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
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