Policia Militar em greve na Bahia, no Rio, e ameaças de greves em vários outros estados.
Como bem observou Reinaldo Azevedo, na raiz do problema está Lula, que elevou substancialmente os salários dos policiais do DF e estimulou que policiais dos demais estados pleiteassem a mesma remuneração.
Na raiz do problema também está Dilma que em sua campanha deixou correr a tese de que, se eleita, trabalharia pela aprovação da equiparação dos salários de todas as polícias do Brasil aos policiais do DF.
Bem, creio que se o pleito fosse atendido (o que me parece impossível) as forças armadas entrariam em greve, pois os salários do seu oficialato ficariam muito abaixo do salário dos policiais militares. Seria interessante.
Brasília é a capital mais cara do Brasil. Fico imaginando um policial militar, por exemplo, do interior do Piauí, onde o custo de vida é muito inferior ao custo de Brasília, recebendo a mesma remuneração dos policiais do DF. Os policiais piauienses se transformariam nos novos magnatas da sua região. E despertariam um tsunami de demandas em todas as outras categorias de funcionários públicos.
Mas não quero entrar no mérito dos salários. Como já escrevi em outros textos, tentar satisfazer qualquer pessoa com remuneração é missão impossível. Se porventura a tal PEC 300 fosse aprovada, e o salário dos policiais fosse equiparado ao de Brasília, a euforia não duraria muito, logo passariam a achar que é pouco. Se os salários dos policiais, ou de qualquer trabalhador, fosse elevado para 1 milhão de dólares por mês, ficariam alegres por uns tempos, mas logo retornariam às ruas para dizer que o novo salário é indigno, que deveria ser no mínimo 30% maior...
É a natureza humana. Quem cede às pressões de grevistas se torna refém de um processo sem fim. O aumento conquistado na greve de hoje sempre será considerado pouco na greve se amanhã.
Agora, esta baderna de policiais militares grevistas nos lembra um pouco o ambiente de 1964, não? E demonstra que governos esquerdistas só possuem dois caminhos: ditadura ou baderna. Foi o que aconteceu com João Goulart. É o que acontece com Dilma.
A diferença é que em 1964 ainda havia homens, mas hoje eles são mais raros do que o mico-leão dourado.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
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