Minha natureza me leva a ficar um pouco no papel de tocador da trombeta do apocalipse, anunciando desastres e tragédias. Para a maioria das pessoas isto soa como exagero ou pessimismo, e quase ninguém me leva a sério. Que bom, assim as pessoas seguem felizes vivendo suas vidas e ignorando o futuro.
Contudo, se alguém se desse ao trabalho de estudar a história da humanidade constataria que é uma história de guerras, revoluções, doenças, tragédias, fome, barbárie, etc., intercalada por breves períodos de relativa tranqüilidade, como este em que vivemos.
Desta forma, se a história servir como indicador para o futuro ,aqueles que anunciam o apocalipse possuem muito mais probabilidade de estarem certos do que os otimistas. Por mais que eu torça muito para estar sempre errado em minhas previsões.
Um fator (entre muitos) que tem me incomodado sobremaneira é a juventude brasileira, ou seja, aqueles que deverão ser a garantia do lugar do Brasil no mundo do futuro. Muitas nações (incluindo os chineses) já acordaram para a importância fundamental da sua juventude se quiserem ser nações relevantes no futuro.
Já aquelas nações que rumam para a irrelevância, como as européias, formam cada vez mais jovens mimados, cheios de “direitos” e com pouca vontade para o trabalho.
E o Brasil? Tenho medo.
Desde 1997 me coloco como formador de mão de obra, ou seja, como o primeiro emprego de muita gente que passa por aqui para adquirir alguma qualificação para, depois, enfrentar o mercado. O que tenho observado com as dezenas de jovens universitários que passam por aqui:
- Cada vez possuem menos conhecimento técnico, ou seja, cada vez aprendem menos em seus cursos universitários. Cada vez mais precisamos ensinar elementos básicos da profissão a partir do zero;
- Cada vez mais a cabeça está focada nos amigos, nas baladas, no celular, no Facebook. Quando sobra um tempinho no meio deste universo todo, aí, às vezes, eles pensam em trabalho;
- Infelizmente, são cada vez mais preguiçosos, e cada vez mais preparados na arte de fingir que trabalham;
- Possuem saúde frágil, vivem em médicos;
- Como estamos experimentando um período de algum crescimento na economia, há muitas ofertas de trabalho no mercado, de forma que os jovens encaram a relação de trabalho como se estivessem fazendo um favor para a empresa.
Felizmente, tenho jovens na minha empresa que são muito bons e, com certeza, farão uma bela carreira no futuro. Mas apenas alguns jovens não seguram um país todo.
A competição entre países e por bons empregos tende a se acirrar cada vez mais, exigindo qualificação e dedicação. E nossa juventude parece estar completamente alheia a este contexto.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
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