Neste ano ganhei um bom dinheiro apostando em dólar e ouro. Mas este ganho não é sequer suficiente para cobrir o que já perdi investindo em ações. Já investi em ações no Brasil, nos EUA, na Europa e na Ásia, e perdi em todos os mercados.
Ao longo do século XX, após a crise de 1929, o projeto de enriquecimento (ou de aposentadoria) de uma família americana era relativamente simples - faça uma economia mensal e aplique na bolsa de valores, todo o mês ao longo da sua vida produtiva. A economia americana crescia, as empresas cresciam, e os investimentos das pessoas multiplicavam de valor. O Brasileiro não teve esta visão, mas os poucos que souberam aproveitar a bolsa de valores entre os anos 70 e a primeira metade dos anos 2000 puderam ganhar um bom valor. Outro dia um conhecido me contava que seu pai, que sempre foi empregado de empresas, aplicou na bolsa ao longo da vida, e formou uma carteira de ações que valia R$5 milhões lá por 2007. Hoje esta mesma carteira não vale mais quase nada.
Mas esse mundo mudou.
Primeiro, a tecnologia fez com que tudo ficasse conectado, automatizado e instantâneo. As reações, para o bem e para o mal, são instantâneas, não são pensadas. É por isso que podemos ver uma bolsa cair muito num dia e subir muito no dia seguinte. Por mais que os jornais econômicos tentem achar justificativas para um movimento como este, a única justificativa real (que não sai nos jornais) é a irracionalidade por trás das decisões.
Além disso, a minha visão é de que entramos numa era de crise permanente (ou muito longa). Os governos das principais economias do mundo estão quebrados, os mercados estão cheios de bolhas, os pilares de sustentação do capitalismo estão se fragilizando mundialmente, etc., etc. O futuro (próximo) será de anúncios de crises, a da Grécia, a do Brasil, de Portugal, da China, da Espanha, dos EUA com seus 19 trilhões de dólares de dívidas públicas, etc.. Adicione a isso guerras, terrorismo e o Irã nuclear. A cada nova crise as bolsas do mundo perderão valor. Quando começarem a se recuperar de uma, receberão a pancada de outra. E assim irão destruindo valor criado e investido pelo trabalho das pessoas e pelos seus sacrifícios para produzir poupança.
O próprio perfil dos grandes investidores mudou. Antes se investia para uma vida. Hoje os ganhos precisam ser imediatos, e a pressão por ganhos imediatos leva as empresas a tomarem decisões que sacrificam o longo prazo, fazendo com que no futuro suas ações valham menos.
A conclusão disso tudo é que no futuro (se ele existir) nossas poupanças serão menores e nossa velhice será mais pobre.
sábado, 12 de setembro de 2015
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