Na infância, lá pelos anos 1970, assisti a um filme que se passava logo depois do ano 2000. O grande mistério do filme era descobrir do que era feito o alimento que era fornecido ao povo. Por fim, descobrem – era feito de cadáveres humanos. Sim, o planeta não produzia mais alimentos suficientes para alimentar uma população gigantesca, e era necessário comer gente. Não lembro muito bem da cena final do filme mas, se não me engano, era o personagem principal dizendo “não podemos deixar isto acontecer”.
Na década de 1970 eu estava entre aqueles que acreditavam que no ano 2000 nossos carros seriam substituídos por naves espaciais e passaríamos férias na lua. A imprensa (sempre ela) nos estimulava a pensar assim. Então, com tanta tecnologia, não acreditei que no futuro teríamos que comer gente. Mas, mesmo não acreditando, o filme me marcou a lembrança.
Eis que já passamos há tempos do ano 2000, o mundo ainda não acabou, as férias na lua ficaram só nas previsões da revista Manchete, mas também não precisamos chegar ao ponto de colocar carne humana no cardápio. Ainda.
Digo ainda porque a depender da pressão dos ambientalistas (liderados no Brasil por Marina Silva) áreas de produção de alimentos serão progressivamente transformadas em florestas, em áreas de preservação.
Se perguntar a qualquer brasileiro, ou a qualquer cidadão do mundo, se apoia medidas que coloquem em risco a sua segurança alimentar (vai ter que explicar o que é segurança alimentar...) a resposta unânime será “Não!”.
Se, no entanto, perguntar ao mesmo cidadão se é a favor da ampliação das áreas de florestas e de preservação, mais da metade (muito mais) responderá “Sim!”.
Não é lindo? A democracia é realmente um regime fantástico, pois o povo sabe das coisas. Não consigo pensar nisto sem vir à mente a musiquinha da propaganda da Dilma: “o Brasil está em boas mãos, nas mãos do povo brasileiro”.
Considerando que a área territorial do planeta não aumenta, e a população só cresce, ou a produção de alimentos avança sobre a floresta ou a floresta avança sobre a produção de alimentos. Não tem mágica, não tem milagre. Agora, vai tentar explicar esta lógica para o cidadão cheio de certezas que respondeu as questões acima...
segunda-feira, 19 de março de 2012
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