E eu gostava dele...
Já contei aqui o que me disse um ex-governador do estado, ex membro do MDB, depois PMDB - ele iniciou a militância política no começo da década de 70 e tinha uma missão de vida: derrubar o governo militar. Formou uma convicção: do seu lado eram todos bons e do lado de lá eram todos maus. Em 1982 foi eleito pela primeira vez para um cargo público, deputado estadual. Ao assumir o mandato e começar a conhecer a atividade política por dentro de suas entranhas constatou duas coisas: a) do lado de lá (Arena/PDS) havia uma porção de gente boa; b) entre os integrantes do lado de cá (MDB/PMDB) havia uma porção de safados.
Eu não sou tão ingênuo quanto o nosso nobre ex-governador. Sei que há safados em todos os lados (difícil, aliás, seria encontrar um inocente). Mas há uma diferença essencial, e é nisso que foco o meu combate:
- Corrupção praticada por membro de partido que se opõe ao PT é um ato abominável, provoca manchetes midiáticas, "povo" na rua, protesto de "estudantes", pedidos de cassação, impeachment, etc. E está tudo certo.
- Corrupção praticada por membro de partido que apóia o PT (ou do próprio) é percebida como algo tolerável, "ok, errou, mas é um bom companheiro, vamos dar uma segunda chance", ou, pior, é simplesmente negada: "o mensalão nunca existiu", isto em substituição à mentira anterior: "o mensalão era caixa 2 de campanha" (afinal, não existiu ou era caixa 2 de campanha? É melhor combinar antes a mentira).
A corrupção é um câncer social. Não é possível eliminá-la, mas deve ser sempre combatida. Com a chegada do PT ao poder o Brasil (como um todo) deu vários passos atrás neste sentido, passando a perceber com olhos tolerantes a corrupção de petistas e companheiros, como se eles roubássem pensando no nosso bem. E isto nos faz menos nação e mais republiqueta de bananas.
Com a chegada do PT ao poder perdemos a maior parte da imprensa e o Ministério Público como combatentes da corrupção. Agora eles só combatem a corrupção que o PT manda combater.
terça-feira, 27 de março de 2012
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