O pouquíssimo que estudei sobre ciência política na faculdade me esinou que para um regime ser considerado democrático são necessários: a) voto livre, b) população informada e preparada para o exercício democrático, c)imprensa forte e independente.
Assim, a rigor, nunca existiu democracia no Brasil. Eu diria que nem nos EUA ela continua existindo, pois desde 2008 a mídia é Obama e não abre, e a população é composta por uma multidão de gente ignorante e desinformada.
Se no Brasil não temos democracia, o que temos? Temos eleições e momentos da história que se aproximam um pouco da democracia.
O período de maior estabilidade eleitoral ocorre desde a monarquia até a revolução de 1930. Neste período de muitas décadas ocorreu apenas um golpe com sucesso - a proclamação da república. Mas muito poucos tinham acesso a participar do processo eleitoral naquele período.
A revolução de 1930 coincide com o período em que a população passa a migrar do campo para a cidade, surge a massa de trabalhadores urbanos. Um exército de gente sempre pronta para cair no conto dos populistas de esquerda.
Com o derrubada de Getúlio em 1946 tentou-se um período de alguma coisa que se parecesse com democracia. Mas a malta despreparada para o exercício democrático levou o regime ao colapso em apenas 18 anos.
Nova tentativa foi feita a partir de 1989. Mas desta vez a coisa similar a uma democracia durou menos ainda - apenas 13 anos entre a tentativa e o colapso, pois em 2003 o regime foi substituído por uma coisa nova - a cleptocracia.
A cleptocracia é um regime que se sustenta na repartição do butim. Todos os participantes levam o seu pedaço: os companheiros ficam com a maior parte, mas sobra para os aliados, para a imprensa, para os artistas, para os grandes empresários, e até para uma parcela da população que recebe sua parte do butim sob o nome de bolsa-esmola, e tem a função de assegurar um contingente de votos para a manutenção desta estrutura no poder.
Evidentemente a cleptocracia só se instala porque conta com a imensa, oceânica, profunda e completa ignorância dos saqueados, ou seja, da maioria da população que segue trabalhando para sustentar o esquema. Os imbecis que dão o seu sangue e suor para produzir a riqueza que será saqueada e repartida entre a companheirada e companhia.
Já escrevi alguns textos afirmando que a vida útil da cleptocracia é limitada. Por mais que os imbecis trabalhem de sol a sol, a geração de recursos não é infinita, ao passo que a voracidade dos integrantes do esquema por dinheiro público é infinita. Assim, a cleptocracia possui os dias contados, só não sabemos afirmar quando será o seu fim.
Atestando o que eu escrevi, vemos agora um período de intensas manifestações de insatisfação entre os integrantes da quadrilha. Pode ser o sinal de que a grana está ficando curta para agradar tanta gente, que sempre quer mais.
E o que virá depois da cleptocracia? Vejo duas possibilidades, dependendo do momento em que ocorrer o rompimento entre os integrantes da quadrilha.
Se o fim da cleptocracia for próximo, é possível que possamos voltar a viver por mais algum tempo um período como foi aquele compreendido entre 1990 e 2002, com uma aparência de liberdade democrática. Já sabemos como será se isto vier a ocorrer - a impren$a vai bater dia e noite no governo e a malta, com o título de eleitor na mão, providenciará o retorno dos companheiros ao poder, iniciando um novo ciclo cleptocrático.
Se o fim da cleptocracia tardar, o poder companheiro estará tão consolidado que os demais quadrilheiros terão se tornado desnecessários. Assim, ao invés de retornarmos por um período a viver um arremedo de democracia, iremos diretamente para a próxima fase - a ditadura companheira.
domingo, 18 de março de 2012
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