Praticamente não assisto televisão já há bastante tempo. Nem TV a cabo. Mas ontem à noite eu aguardava um voo numa sala da Tam no aeroporto. A TV estava ligada na Globo. Procurei a poltrona mais distante possível do monitor de TV, mas como a sala estava relativamente vazia o som da TV chegava alto e claro até os meus ouvidos. Passava o jornal nacional.
Durante o tempo em que aguentei ficar na sala passaram três “reportagens”, em sequência:
- A primeira desconstruía o senador Demóstenes Torres. Ele merece. Mas não ouvi nenhum pio sobre pelo menos um deputado petista que também foi flagrado pelas gravações. Também não ouvi nada sobre as lanchas que a então ministra da pesca Ideli Salvati pagou para um dos seus doadores de campanha. Ao final da “reportagem”, a cereja: “Em São Paulo o presidente do PT, Rui Falcão, declarou que o senador deverá ser cassado”. Como é que é? Ouvir a opinião do presidente do partido mais corrupto da república em um caso de corrupção? Como se o PT fosse uma reserva moral da política brasileira? É o mesmo que ouvir um pedófilo em uma reportagem sobre educação infantil.
- Encerrado o capítulo do dia da destruição de Demóstenes, foram direto para Israel para mostrar como as vítimas palestinas sofrem nas mãos dos cruéis israelenses. Provavelmente os foguetes que os inocentes palestinos passam os dias jogando sobre Israel são foguetes de São João...
- De Israel pularam para a Índia. Por um instante achei que tinham mudado de canal, e que estava passando o antigo seriado da Mulher Maravilha. Mas logo percebi que era apenas uma “reportagem” baba ovo sobre a viagem da “super Dilma”.
Aí não aguentei mais, levantei e saí da sala.
O Jornal Nacional parecia uma típica cartilha esquerdista atual:
1) Bata na oposição;
2) Mostre os Israelenses como algozes de inocentes palestinos;
3) Endeuse lideranças companheiras.
Milhões de pessoas, sem capacidade crítica, assistem o noticioso todas as noites. E o “jornalismo” da Globo segue trabalhando pela sua causa (apenas observando que a Globo não é esquerdista, ela é governista. Uma espécie de Paulo Henrique Amorim corporativo, a Globo é governo desde 1965, quando iniciou suas operações. Neste período todo deixou de ser governo por apenas alguns meses, quando percebeu que a situação de Collor já era caso perdido. O jornalismo da Globo é aquele que mostrava os comícios pelas Diretas Já como comemorações pelo 1º de maio, e que tinha Franklin Martins como comentarista político na época do mensalão).
sábado, 31 de março de 2012
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