Foi na
década de 1960 que isto ocorreu. Na filosofia imperava a desconstrução. Derrida,
Deleuze, Foucault, entre outros questionando a própria linguagem, reduziram
aquilo que havia de racional na comunicação a uma simples manifestação de uma
verdade maior – uma verdade simbólica incapaz de ser alcançada tanto pelo homem
comum quanto pelo intelectual “não engajado”. Só era considerada arte aquela
manifestação capaz de promover “transformação social”. Foi dessa linha de
pensamento que surgiram as condições necessárias para que Sabiá, em
1968 fosse vaiada por uma plateia que preferiu um hino maoísta, Para
não dizer que não falei de Flores, como
vencedor do Terceiro Festival Internacional da Canção. Esse foi, na minha
opinião, um momento crucial na história da arte brasileira. Ao vaiar a
obra-prima de Tom Jobim, o público brasileiro fazia uma profecia – dali em
diante poderia se esperar de tudo: desde Valesca Popozuda até o Bonde do Tigrão
abriu-se a lata de lixo da MPB. Ao mesmo tempo agonizavam o cinema, o teatro e
as artes plásticas. A geração de 1968 conseguiu acabar com toda necessidade de
recolhimento e do esforço de um verdadeiro artista quando pretende alcançar o
belo e desde aquela época até hoje o que se assiste num país com a riqueza
cultural do Brasil é um festival de obscenidades e uma mediocridade incrível que
prima por chocar e agredir.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
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