Outros pesquisadores, como Will Durant,
chegaram a conclusões semelhantes: o próprio sucesso planta as sementes do
fracasso. Após uma era da abundância, intelectuais começam a colocar em xeque os
valores que permitiram tais conquistas, e vendem ilusões, utopias, sistemas
abstratos desligados da realidade. Uma decadência moral toma conta do império,
os heróis deixam de ser os empreendedores, e passam a ser artistas e
intelectuais cujas vidas são exemplos de imoralidade. Os bárbaros vêm de dentro!
O Estado de bem-estar social é criado com
os frutos das velhas conquistas, e prepara o terreno para os escombros a seguir.
A França não está sozinha nessa trajetória. Mas ela pode ser vista como seu
grande ícone. Os Estados Unidos vêm atrás, com mais tempo para desperdiçar, mas
seguindo o mesmo caminho fadado ao fracasso.
Em crise existencial, a Europa
pós-moderna, liderada pela França, possui estudantes de 30 anos e aposentados de
50 anos, e ainda se questiona por que o pequeno grupo de trabalhadores entre
eles não consegue fazer as contas fecharem.
É triste ver a civilização ocidental,
especialmente a França, representante de um incrível legado cultural, passar por
isso. Mas estamos diante de uma profunda crise de valores, e enquanto estes não
mudarem, o destino não parece nada promissor. A debandada de Gérard Depardieu é
apenas um sintoma da doença. Se ela continuar sendo ignorada, a decadência será
inevitável.
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