Hoje estou completando 25 anos de carreira. Comecei a trabalhar na manhã do dia 3 de julho de 1989. Cheio de sonhos, cheio de expectativas. E cheio de nervosismo.
Durante uma parte deste percurso, me pareceu que tudo ia na direção certa: eleição direta para presidente (89), expulsão de políticos corruptos, estabilização econômica, privatizações, responsabilidade fiscal, investimentos internacionais. Junto com o país a economia crescia, e os ventos sopravam a favor da minha carreira.
Mas eis que veio o mês de outubro de 2002 para decretar a perpetuidade da nossa condição de "país do futuro", sem nunca efetivamente chegarmos ao futuro (pelo menos não ao futuro como esperávamos que fosse). Ali se iniciou o processo de destruição do país, processo este que atualmente se encontra sob responsabilidade de Dilma. Como a ignorância política dos empresários é oceânica, a verdade é que este processo de destruição até hoje ainda não afetou a minha carreira. Não faltam (ainda) loucos querendo investir seu dinheiro no Brasil. Mas eles são cada vez menos.
Atuo e atuei sempre como consultor de empresas. Nunca fiz outra coisa nesses 25 anos. Acompanhar as trasnformações do mundo corporativo durante este período também me trouxe frustrações. O mundo corporativo sempre teve algo de teatral, de faz de conta. Mas ao longo do período que acompanho suas transformações, vejo o lado teatral passando a ser o mais relevante. A essência vai progressivamente perdendo espaço para a aparência. As pessoas que efetivamente sabem fazer são cada vez mais relegadas a posições periféricas nas empresas, ao passo em que os cargos mais importantes (e de melhor remuneração) são conferidos aos bem falantes, aos bem articulados, aos vendedores de sonhos, de soluções fáceis e de falsas esperanças (qualquer semelhança com a política não é mera coincidência, é um sinal dos tempos).
As pessoas passam por cargos e empresas de forma cada vez mais meteórica. Chegam aos cargos de comando antes de terem tempo de amadurecer para a função. Tomam decisões absurdas. 2 ou 3 anos depois quando aparecem as consequências das decisões erradas eles não estão mais lá para responder por elas, foram promovidos ou mudaram de empresa. Isto contribui para a irresponsabilidade no processo de tomada de decisões. O importante passou a ser o efeito imediato, efeito este que vai assegurar a promoção. Ninguém se preocupa com o médio e longo prazo, pois não estarão mais lá para ver no que deu.
E as perspectivas para os próximos 25 anos?
As minhas não são boas.
No lado profissional, cada vez tenho menos paciência para seguir sendo um dos palhaços no picadeiro do grande circo chamado mundo corporativo.
Em relação ao país, imagino que daqui 25 anos já seremos a República Popular Socialista Bolivariana dos Trabalhadores do Brasil. Ou, quem sabe, faremos parte da URSAL, a União sas Repúblicas Socialistas da América Latina, que é o objetivo declarado do Foro de São Paulo desde sua fundação por Lula e Fidel em 1991. Independentemente do resultado eleitoral de 2014.
Se me aparecesse um gênio e me oferecesse um desejo eu pediria para viver os próximos 25 anos em direção ao passado (mentira, eu pediria para ganhar na Megasena...).
quinta-feira, 3 de julho de 2014
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