Um admirador de Che Guevara

Depois de décadas, cansei do Galvão Bueno, e todos os jogos da copa que assisti foram pela Bandeirantes. Mas lá também não é fácil, quem assiste a transmissão tem que aguentar o comentarista Neto, admirador de Che Guevara.

Neto fala sem parar. Quando ele é o comentarista, não tem narração da partida, só ele falando o tempo todo.

Ontem ele disse o seguinte: "viajei o Brasil todo durante a copa e não vi nenhum problema em aeroportos. Pessimistas, chupem!". Incrível o nível ao qual desceu a programação televisiva nacional.

Não sei em qual país Neto vive, talvez seja em Cuba, já que é admirador de Che Guevara. Eu vivo no Brasil e sou usuário de aeroporto todos os meses, várias vezes por mês. E aeroportos são caóticos, uma visão do inferno. Não só por culpa da Infraero, as companhias aéreas são um desastre, com pessoal treinado para tratar mal os passageiros. Em março, abril, maio, quando eu estava num aeroporto super lotado, transbordando de gente socada umas sobre as outras (como Guarulhos) eu pensava: "imagina como vai ser na copa".

O que eu não me dei conta foi que o turismo de negócios, que deve representar uns 60% do tráfego aéreo nacional, simplesmente pararia durante a copa. Isto era óbvio. Todos pensaram o mesmo que eu - deixo minhas reuniões para depois da copa. Não frequentei aeroportos durante a copa, mas sem o público do turismo de negócios imagino que de fato os aeroportos se transformaram no paraíso visto pelo Neto. A partir de hoje voltarão à realidade.

Em tempo: ao final da transmissão de Brasil X Holanda o repórter Fernando Fernandes da Bandeirantes informou: "depois que saírem do vestiário acaba o compromisso dos jogadores com a CBF, e eles estão liberados para viajarem para qualquer lugar do país que desejarem. Ou do planeta".

Então os jogadores que aproveitem, pois isto deve acabar em breve. Quando encerra um competição qualquer, os jogadores cubanos só podem viajar para um lugar - Cuba. Neto, simpatizante de Che Guevara, vai achar o máximo.