O árbitro

Imaginem a situação - num Palmeiras X Corinthians o juíz da partida entra em campo junto com o time do Palmeiras, aponta para o adversário, e afirma: juntos somos mais fortes que o nosso inimigo! O mundo viria abaixo. A imprensa apontaria aos berros que não pode haver jogo limpo com o árbitro se declarando ostensivamente a favor de um dos competidores. As multidões enloquecidas pela falcatrua esportiva tomariam as ruas realizando quebra quebra. Dirigentes esportivos sem manifestariam indignados. Políticos se manifestariam. Patrocinadores se manifestariam. Todos condenando. E o escândalo ganharia proporções planetárias. Agora vamos imaginar a mesma cena, só que sainda do futebol e migrando para a política. Aliás, não precisamos imaginar, o fato já aconteceu. Qual a reação? Nenhuma. Nem o "roubado" é capaz de ter uma atitude enérgica. E para todos os participantes está tudo normal, a democracia segue sólida, exceto pela "ameaça" representada por Bolsonaro. E em outubro testemunharemos o "espetáculo da democracia".