Concluí hoje a leitura de Em Busca do Rigor e da Misericórdia, do Lobão. Seguem trechos:
Com a erupção dessas leis e medidas protetoras de “minorias”,
a elevação do vulnerável como personagem e foco principal da vida pública e a
vitimização elevada à condição de privilégio, vamos nos tornando uma sociedade
onde o medíocre, o superficial e a vítima entronizada são o metro e a régua de
nossa conduta. Ou seja, uma sociedade regida pela “menos valia”. Uma
teraplanagem por baixo.
Nunca devemos nos esquecer de que o Ministério da Cultura é
feudo do PCdoB, a parte que cabe a esse partido irrelevante, senhor de engenho
também do outrora movimento estudantil nacional, no grande latifúndio de nossa República.
O PCdoB e seus sócios têm por agenda o propósito – para o qual a música e o
futebol são decisivos – de estatizar a vida brasileira.
PT, seu nome é mentira. Lula, Dilma: mentira. A mentira que
esconde a roubalheira, que vende um governo de inclusão social, que protege uma
administração que pedala, dissimula e camufla orçamentos, que atribui ao
opositor tudo de falso quanto possa lhe atrair ódios, que estabeleceu as
condições para que vivamos nessa patocracia, nessa fábrica de produzir cretinos
fanáticos, crédulos no engodo enfiado goela abaixo.
Utopia é algo como insistir em tratar uma bicicleta
ergométrica como meio de transporte.
E eu estava farto, estou farto de viver num país frouxo,
injusto e ineficaz.
(sobre seu sobrinho genial que deixou o Brasil aos 18 anos)
O evento no colégio do Puig explicava tudo, e, particularmente, representava o
próprio motivo de ele deixar o Brasil. Caras assim enxergam na frente: o Brasil
está perdido.
Com humor e ironia ele me relatava como seus colegas de
cursinho exibiam um comportamento retardado, infantil, agravado por uma
erotização primária: uma sala de aula de um curso preparatório ao vestibular
que se poderia confundir com a sala de estar do Big Brother Brasil. Grau de
leitura? Próximo ao zero, ao som do sertanejo universitário, num cenário em que
até Darwin teria de rever sua teoria. Esqueçam o mais apto! Neste país, hoje,
vence o mais medíocre, o mais cretino, o mais raso, o mais oco, o mais estreito.
Nosso país é, desafortunadamente, um acúmulo de reticências.
Escrevo este epílogo em julho de 2015, olho, encaro o Brasil e só vejo sombras.
Temos um governo morto, uma presidente desmoralizada, um partido ridicularizado
por seus feitos caricaturais e autoritários, um ex-presidente em pleno
exercício do descrédito, às portas da cadeia. E, no entanto, nesse cenário de
desterro, por mais absurdo que seja, essa corja, através de mais falcatruas,
pode ainda prevalecer sobre o povo brasileiro e permanecer no poder. Não há
projeto para o país, mas apenas um plano de permanência, de perpetuação.