Imaginemos como é a estrutura de realização de uma pesquisa eleitoral.
Primeiro, o instituto de pesquisa tem que mandar uma equipe de dezenas ou centenas de pessoas a campo, colher as opiniões. Pode ser que essa equipe de campo sequer exista, e as "respostas" dos pesquisados simplesmente "surjam" direto na sede do instituto de pesquisas.
Mas digamos que a equipe exista e efetivamente saia a campo. Ficar em pé, sob o sol, entrevistando passantes é cansativo e chato. Pode ser que o entrevistador simplesmente "responda" todos ou alguns cartões com suas próprias preferências pessoais, simulando ser a opinião de entrevistados.
Mas pode ser que ele efetivamente entreviste as pessoas. Mas o que o impede de influenciar as respostas? Por exemplo: "Em quem a senhora votará para presidente?"; "Bolsonaro."; "Mas a senhora sabe que ele é machista, preconceituoso e não gosta de pobre?"; "Ah, é? Então marca Lula aí.".
Também pode acontecer, como já foi noticiado, de elementos dos institutos de pesquisa vazarem para partido político (advinha qual) a informação de onde estarão os pesquisadores, e aí o tal partido envia kombis cheias de militantes que fingirão ser meros passantes.
Também nada impede de um entrevistado responder "A", e o entrevistador marcar na "B" como resposta.
Mas digamos que deu tudo certo, o processo todo foi limpo. Aí os cartões de pesquisa vão para o instituto, para serem compilados. Quem garante que o resultado divulgado corresponderá exatamente aos cartões compilados? Quem audita?
Enfim, pesquisa eleitoral é um processo tão frágil quanto urna eletrônica. Mas no Brasil as pessoas acreditam mais em pesquisa eleitoral do que na existência de Cristo. E esta crença cega transforma as pesquisas num dos mais poderosos instrumentos de influência sobre o processo eleitoral.
quarta-feira, 18 de abril de 2018
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