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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Guilherme Fiúza e os ratos

Quando a humanidade mais precisou lutar pela sua liberdade, os homens sumiram. Ratos de boa aparência passaram a despontar exuberantes por toda parte — cheios de palavras solidárias, empatias e éticas embelezando seus propósitos asquerosos, como é natural em todo verdadeiro rato. De que esgoto vip saíram tantos roedores impecáveis? De esgoto nenhum. Eles já estavam aí, circulando a céu aberto, e muitos até já mereceram a sua admiração, ou a sua amizade, ou o seu voto, ou o seu respeito. Você jamais imaginou que algum deles botaria polícia para bater em mulher na rua fingindo com isso salvar vidas; ou te fotografaria andando de bicicleta para mostrar aos linchadores sedentos que você é um pecador porque não ficou em casa. Os ratos já estavam entre nós — e o nosso pecado foi não percebê-los como tal, por trás das suas máscaras de gente.

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