quarta-feira, 13 de julho de 2022
J.R.Guzzo
Como um cidadão que exerce o ofício de comunicador, no qual a liberdade de expressão é essencial para as coisas terem um mínimo de cabimento, pode ficar contra os seus próprios direitos? E os proprietários das empresas, então? Também para eles a palavra livre é indispensável — ou pelo menos era, até não muito tempo atrás. Mas as coisas mudaram. Hoje o que está em jogo, mais que qualquer princípio, é algo muito simples, e vital para veículos e jornalistas: o dinheiro. É isso o que estão querendo — liberdade de expressão, para a maior parte deles, não resolve nada, e não enche a barriga de ninguém. Na verdade, hoje em dia, só atrapalha. Tornou-se sinônimo de “internet” e “redes sociais”, onde de uns anos para cá todos ganharam o direito de se manifestar, como quiserem e quando quiserem — e, com isso, levaram a imprensa em geral para a pior crise de sua história moderna. Os veículos perderam público, publicidade e receitas. Os jornalistas perderam empregos, salários e segurança. A saída, para ambos, não é recuperar leitores, ouvintes e telespectadores. É receber dinheiro do governo, em forma de propaganda paga. Não há isso hoje. Para haver de novo, é preciso que o atual governo vá embora; quanto mais tempo ele dura, menos dinheiro entra. Para o seu lugar, tem de vir gente que volte a gastar dinheiro do Tesouro Nacional com publicidade. E se essa gente quer acabar com a livre manifestação, paciência.
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