A banalidade do mal

Se determinada emissora, poderosa, existisse na Alemanha no início da década de 1940 seus apresentadores informariam no telejornal noturno: o comandante Eichmann determinou hoje que mais 300 mil judeus sejam transferidos para campos de concentração, onde permanecerão alojados até que as averiguações contra eles sejam concluídas. A notícia seria dada com aquele tom de banalidade da previsão do tempo. Então, quem é mais podre, a emissora ou o público que, através da sua audiência, permite que ela continue existindo?