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sábado, 30 de setembro de 2017

O futuro do Leblon

Como o Leblon deve ser o bairro brasileiro com mais comunistas por metro quadrado, vamos ver como poderá ser o futuro dos moradores do bairro, tomando por base a experiência do comunismo chinês, nas palavras de Frank Dikotter, no livro A Grande Fome de Mao (pág. 355):

"Quando não havia mais nada, as pessoas se voltaram para uma lama suave, chamada terra Guanyin - o nome da Deusa da Misericórdia. Uma equipe enviada por Li Jingquan ficou espantada com o que viu no condado de Liangxian, Sichuan. Era uma visão do inferno: grupos cerrados de aldeões fantasmagóricos enfileiravam-se diante de buracos profundos, os corpos murchos porejando de suor sob o clarão do sol, enquanto esperavam a vez de descer no buraco e escavar alguns punhados da lama branca como porcelana. Crianças, os quadris apontando sob a pele, desmaiavam de exaustão, seus corpos sujos pareciam esculturas de lama sombreando a terra. Mulheres velhas em andrajos queimavam amuletos de papel e se curvavam, de mãos dadas, murmurando estranhos encantamentos. Um quarto de milhão de toneladas foi escavado por mais de 10 mil pessoas. Só em uma cidade, 214 famílias de um total de 262 haviam comido lama, vários quilos por pessoa. Alguns aldeões enchiam a boca de lama enquanto cavavam. Mas a maioria adicionava água e trabalhava a terra depois de misturá-la com resíduos de cereais, flores e ervas, assando bolos de lama que tinham recheio, mesmo que representassem pouco valor nutritivo. Uma vez comida, a mistura agia como cimento, secava o estômago e absorvia toda a umidade dentro do trato intestinal. Defecar se tornava impossível. Em todas as aldeias, várias pessoas morriam dolorosamente, os intestinos bloqueados pela lama. Em Henan, como lembrou He Guanghua, muitas pessoas deram para comer uma pedra local chamada Yanglishi, que era moída e transformada em bolos. Os adultos ajudavam uns aos outros a tirar as fezes com gravetos. Em toda a China, de Sichuan, Gansun e Anhui a Henan, pessoas atormentadas pela fome se voltavam para o barro."

Comento: pelo menos o inferno do Leblon terá vista para o mar, enquanto o seu grande líder anunciará que nunca antes na história deste país se comeu tanto e tão bem.


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