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sábado, 3 de agosto de 2019

Passeio pela decadência


Porto Alegre, minha cidade natal, foi uma cidade linda, de arquitetura belíssima, rica, e com população escolarizada e requintada. Também foi uma das capitais mais importantes do Brasil, palco de diversos eventos relevantes da história do país. Há vários meses sem visitá-la, saí na manhã de hoje para matar a saudade num passeio a pé.

O primeiro ponto de parada foi a Livraria do Globo. Uma das mais importantes livrarias da história do Brasil, ponto de encontro de luminares da cultura brasileira ao longo de décadas. Na minha infância e adolescência passei momentos agradabilíssimos na Livraria do Globo. Ops, a livraria faliu e agora virou loja de roupas ...



Se a livraria não existe mais, resolvi apenas apreciar o comércio da Rua da Praia, outrora concentração do suprassumo do comércio de produtos de luxo. Mas eis que a Rua da Praia virou um camelódromo. E operado por camelôs haitianos. O que houve com os camelôs gaúchos?



Resta então ir à sede do Clube do Comércio, outrora ponto de encontro da elite portoalegrense. Mas acho que a elite não aparece mais por aqui...


Vou então ao Cinema Imperial, ápice do luxo em exibição cinematográfica, onde eu assisti os maiores clássicos produzidos nas décadas de 1970 e 1980, entre eles o primeiro Guerra nas Estrelas. Mas acho que não há sessão programada para hoje ...


O que aconteceu com Porto Alegre? Parece que há dois fenômenos concomitantes: a decadência da cidade e o desejo de quase todo o portoalegrense de ser funcionário público. Parece que transformaram a cidade numa grande repartição pública que, por mais dinheiro que consuma dos cofres públicos, sempre tem o aspecto de decadência. Se o sonho do portoalegrense é ser funcionário público, o realizador de sonhos é o vendedor de apostilas...


Entristecido por ver tanta decadência, resolvi retornar ao hotel e me dedicar a apreciar a vista da minha janela.



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