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domingo, 2 de dezembro de 2018

Direitos máximos, deveres mínimos

Trechos do livro de Bruno Garschagen:

Quanto mais é tratada como imatura mais a sociedade se infantiliza e pede por mais estado por meio de direitos e privilégios.

Numa sociedade infantilizada, ninguém quer assumir a culpa, e, por isso, a ideia de direito é mais confortável do que a de dever e obrigação, que se transformam em estorvos numa sociedade hedonista. Somos tratados como um bando de idiotas incapazes e irresponsáveis, e alguns de nós passam a agir como tais.

Aqueles que estão na cadeia de comando do Brasil (políticos, magistrados, etc.) acham, no fundo, que o brasileiro - grupo no qual jamais se incluem - não conseguiria cuidar da própria vida se não fosse a ajuda estatal.

Na escola, na universidade, na tevê, na vida diária, tudo nos leva a odiar a nossa história, tudo nos faz odiar o nosso país. Em poucas atividades somos tão bons quanto em destruir aquilo que temos de melhor ao elevar como padrão de comportamento aquilo que temos de pior.

O patrimonialismo no Brasil não é, portanto, a confusão entre o público e o privado nem a privatização do estado, mas o uso predatório do estado para benefício próprio e temporário. Isso explica a voracidade de políticos para desfrutar de todas as benesses enquanto elas ainda existem, e de servidores para obter privilégios em forma de direitos antes das outras categorias.

Foi a expansão das facilidades de realização dos desejos no presente, graças aos esforços, genialidade e legado dos antepassados, que gerou, segundo Ortega y Gasset, uma ingratidão radical por parte das novas gerações. Elas foram mimadas ao não terem os seus desejos e vontades limitados. Se tudo era permitido, nada era devido. Protegidas das incertezas e desafios da vida, e do embate com os demais, se acostumaram a se importar somente com elas mesmas.

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