Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Olavo de Carvalho, sobre René Guénon

"Foi homem morbidamente indiferente à política, imerso em cogitações esotéricas que só buscava uma coisa: o acesso ao conhecimento absoluto, a suprema realização espiritual do homem. Menos que isso, para ele, era bobagem. Mas ele sabia que, no mundo moderno, o buscador espiritual está totalmente deslocado e, se não é um homem de ferro como René Guénon, pode acabar maluco. Para essas pessoas, e só para elas, escreveu O reino da quantidade, na intenção de lhes dar uma ideia de onde estavam e de mostrar como lhes era conveniente permanecer à margem de um mundo condenado, onde escolher a solidão era ficar com a melhor parte, como fizera no Evangelho a jovem Maria, irmã de Marta. Não por coincidência, o livro é daquele realismo temível e perturbador, de que só são capazes os homens que tomam distância e, da eternidade, contemplam a queda do mundo com uma piedade sem complacência. Não é leitura para qualquer um; deveria ser mesmo proibido a todos aqueles que, para conservar a sanidade, necessitam acreditar que o mundo vai melhorar. Pois Guénon, onde mexe, põe à mostra as origens do pior. Com cinco décadas de antecedência ele prevê o recrudescimento dos conclitos raciais, o avanço islâmico sobre a Europa, a supressão do papel moeda e sua substituição por meios eletrônicos, a redução do catolicismo a uma ideologia progressista, o pansexualismo, a perda dos parâmetros de veracidade científica, a formação de um poder mundial baseado na propaganda e na manipulação de consciências, a volta das epidemias, a síntese de capitalismo e socialismo, a degradação do judaísmo, o surto de novas doenças mentais causado por experimentos psíquicos extravagantes, a prfusão de novas seitas e falsa espiritualidade, a ascensão do crime organizado e, enfim, quase tudo aquilo que constitui, hoje, matéria do noticiário cotidiano. Para chegar a essas conclusões ele parte de princípios metafísicos aprendidos das doutrinas hindus e, por via de simples dedução, vai mostrando como todo esse rosário de desgraças é o desdobramento natural e fatal das premissas em que se assenta o ciclo histório vivido pela presente humanidade." Olavo de Carvalho, 1997.

Um comentário:

  1. A cada dia que se passa, podemos afirmar como estão corretos Olavo e René.
    Se voltássemos no tempo com a sociedade atual, estas informações seria classificado como a maior fake news da história.

    ResponderExcluir