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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Liberdade?

Ainda vou desenvolver uma tese sobre o assunto … mas em linhas gerais é o seguinte – ao longo de 23 anos de atuação profissional já ouvi muitos (muitos mesmo) relatos de empresas que possuem um ambiente extremamente opressor, e/ou chefes intolerantes e grosseiros, e mesmo assim é possível encontrar pessoas que permanecem nessas organizações opressoras por muitos anos, às vezes décadas, sujeitando-se a uma espécie de “assédio moral permanente”. A minha empresa é o extremo oposto desta situação. Somos extremamente compreensíveis, e os funcionários possuem liberdade quase total para desenvolver seu trabalho como preferirem, para sair quando precisam resolver problemas pessoais, sem necessidade de maiores satisfações, etc. Em tese, as pessoas por aqui deveriam ser bastante felizes. Mas não é isto que a experiência empírica demonstra. Pelo contrário, ao longo dos anos pude observar que meus colegas de trabalho rapidamente se tornam infelizes (pelo menos no trabalho), e logo estão enviando currículos e procurando outras oportunidades, ao contrário daquelas pessoas que trabalham em ambientes opressores, que relutam em sair de lá. Isto pode parecer um absurdo, e eu acho que é um absurdo, mas é o que realidade me mostra na prática. Claro que se perguntarmos para qualquer pessoa se ela prefere trabalhar num ambiente “livre e descolado” ou num ambiente opressor, a resposta será pelo “livre e descolado”. Não tenho explicação para isso. Observando o que acontece na política, e a passividade com a qual vamos nos rendendo a uma situação ditatorial, começo a pensar que a maioria das pessoas precisa de um ambiente rígido e de um chefe “forte” para se sentirem inconscientemente bem, por mais que se indagadas responderiam que preferem a liberdade. Seria assim a natureza humana, ou pelo menos a natureza da maioria das pessoas? Lendo o livro Sussurros vi a informação de que quase 50% das pessoas entrevistadas na Rússia dizem sentir falta de um líder como Stalin (Stalin, que foi a encarnação do demônio na terra). Segundo essas pessoas: “na época de Stalin não era preciso pensar, Stalin pensava por elas”. Bem, isso vem de encontro ao que eu já estava concluindo. Se assim for, nada nos livra de uma ditadura pela frente.

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