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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O homem errado

Em 2018 eu acreditei no "mito", e dediquei cerca de dois anos e meio da minha vida para ele. Vi situações inesquecíveis e sem precedentes. Por exemplo, em 2018 cheguei a ficar 5 horas numa carreata organizada espontaneamente por cidadãos. Após 5 horas não aguentei de cansaço, e fui embora, mas a carreata prosseguiu pela noite. Nunca houve isto na história política do páis. Nem na história esportiva, nem em copa do mundo. O "mito" era o sujeito que chegaria lá para implodir o Sistema e salvar o Brasil. Mas eis que o "mito" foi se revelando um ursinho de pelúcia do Sistema. Fui achando estranho, mas meu "bolsonarismo" me impedia de enxergar além do "mito". A minha ficha caiu em 21/6/2020, durante a minha segunda visita deste ano a Brasília. Naquele dia, um domingo, organizamos a maior manifestação espontânea para "empoderar" o "mito". Mesmo contra a polícia de Brasília, que sob ordens do governador local queria era descer o cacete na gente. Mas naquele domingo o "mito" achou que o mais importante não era estar em Brasília e prestigiar seus apoiadores, naquele momento em que governadores e prefeitos destruíam o país, e o povo lhe implorava por socorro. Achou que o mais importante era viajar ao Rio de Janeiro para participar do velório de um militar, falecido em acidente com paraquedas. Coincidência ou não, foi a última manifestação espontânea pelo "mito". Dali para a frente, sempre que olho para o "mito" só consigo enxergar o tiozão do churrasco, o sujeito bonachão, falastrão, mas extremamente limitado e incapaz de agir. O Sistema tem feito dele carne moída. Por vias tortas, acabou sendo o homem que o Sistema pediu ao diabo, afinal o Sistema nunca esteve tão à vontade para praticar suas maldades. Já para nós, que acreditamos, o "mito" se revelou o homem errado.

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