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sexta-feira, 5 de abril de 2013

De Rodrigo Sias

O plano parecia perfeito. No entanto, havia um grave erro de cálculo.

Quando Golbery pôs em prática seu plano de abertura política, a esquerda brasileira já tinha há algum tempo entrado em profundo processo de reformulação metodológica, cujo símbolo maior era a adoção da doutrina do italiano Antônio Gramsci.

A doutrina gramsciana supunha que a sociedade capitalista contava com espaços que comportariam a militância revolucionária de esquerda, sem que esta tivesse de bater de frente com o sistema capitalista.
Segundo Gramsci, o “Partido Príncipe” deveria paulatinamente criar as condições para sua ascensão final ao poder, crescendo dentro do sistema capitalista e democrático, até que, poderoso o suficiente, poderia dominá-lo completamente e transformá-lo em instrumento da revolução.

Como condição prévia para a tomada de poder, portanto, seria preciso ocupar espaços, conquistar “corações e mentes” e preparar o ambiente cultural para a revolução comunista.

Com a adoção do gramscismo, a esquerda revolucionária passou a ser sistêmica, frustrando as maquinações de Golbery.

Muitos militares, ainda hoje, não se deram conta do caráter sistêmico assumido pelos “subversivos” de outrora.

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